Política em Maquiavel através de Dinâmica

Política em Maquiavel através de Dinâmica

Olá, marujos! Hoje vamos trabalhar a política em Maquiavel através de uma dinâmica envolvendo questionário. Além de ser um dos mais famosos filósofos, ter um dos livros mais conhecidos mundialmente (O Príncipe) e ter mudado a forma de fazer política no ocidente, Maquiavel também cai em todo Enem… kkkk. Nesse artigo, vamos falar um pouquinho desse filósofo, da sua teoria política e como introduzi-la na aula através de uma dinâmica de questionário. Vamos lá!

Sobre o Filósofo

Nicolau Maquiavel nasceu em 1469 em Florença, Itália, no período Renascentista. É considerado o fundador da ciência política moderna, já que propôs uma análise realista da política de sua época. Maquiavel entrou na política florentina aos 29 anos. Devido aos conflitos políticos, chegou a ser demitido, preso e torturado. Ainda chegou a ter novamente um cargo público, devido a novas mudanças no governo. Morreu em 1527 de causas desconhecidas.

Política em Maquiavel

Para um artigo dedicado à Política em Maquiavel, acesse: Política de Maquiavel Descomplicada.

Maquiavel revolucionou o pensamento político quando se propôs a analisar a realidade política de sua época. Até aquele momento, o pensamento político era idealista, ou seja, idealizava como deveria ser a política, como deveria ser uma sociedade ideal.

Além disso, ele foi o primeiro a propor uma separação entre ética e política. Ele propôs que os problemas públicos se referem à política, e os problemas particulares à ética. Dessa forma, a atitude de um governante não precisava ser necessariamente ética.

Para Maquiavel, um bom político é aquele que consegue se manter no poder e alcançar a paz, o bem da população. Para isso, não seria problema mentir ou enganar, caso essas ações fossem necessárias para o seu bem como governante e o bem do seu povo.

O filósofo florentino também destacou duas características que acompanham o governo do regente e devem ser trabalhadas para o seu bem: Fortuna (sorte) – Que é o conjunto de tudo aquilo que pode acontecer a um ser humano e que não pode ser controlado; e Virtù (virtude) – Que é a capacidade de lidar com os acontecimentos causados pela Fortuna, se aproveitando ao máximo do que vier para o bem e minimizando os estragos do que vier para o mal.

Política em Maquiavel através de Dinâmica

A proposta é brincar com o termo “maquiavélico”, que surgiu como um adjetivo pejorativo para se referir a pessoas inescrupulosas, maldosas, que usam das outras pessoas e das situações em benefício próprio.

Hoje, já existe um estudo da psicologia que determina graus de personalidade maquiavélica nas pessoas. Mas mais interessante que isso, é o entendimento de que essa personalidade possui pontos fortes e pontos fracos, podendo tanto ser útil para uma situação quanto prejudicial. Basicamente, ser maquiavélico não é um problema, e sim uma característica que deve ser trabalhada para benefício de quem a possui.

Para se medir o grau dessa personalidade maquiavélica, existe um teste. Eu peguei o teste proposto nesse artigo científico e fiz algumas adaptações para simplificar sua aplicação em sala de aula e contextualizar melhor os problemas com os alunos.

Deve-se levar em consideração, e isso deve ser deixado claro, que o teste em sala de aula não é uma análise psicológica profunda sobre ninguém. Por isso, o aluno não deve tomar o resultado como verdade absoluta.

Quando o teste for aplicado, ele pode ser impresso para cada aluno preencher ou ditado e o aluno só anota as respostas. O professor deve pedir o respeito e sigilo das respostas, para evitar brincadeiras e provocações desnecessárias.

Teste: A Escala de Personalidade Maquiavélica

Construto “Amoralidade”

1. Há desculpas para enganar outra pessoa.
2. Eu só presto atenção no que as pessoas dizem para descobrir se elas sabem algo que possa me prejudicar.
3. A única boa razão para falar com os outros é obter informações que possam me beneficiar.
4. Eu estou disposto a não ser ético se isso me ajudar a ter sucesso.

Construto “Descrença nos Outros”

5. Eu prefiro trabalhar sozinho do que depender do desempenho dos outros.
6. As pessoas só são motivadas por objetivos pessoais.
7. Quando tenho uma boa ideia, não conto aos outros para evitar que a roubem.
8. Eu não gosto de dividir meus planos e ideias com outras pessoas.
9. Membros de equipe puxam o tapete uns dos outros pra conseguir destaque.
10. Se eu mostrar alguma fraqueza no trabalho / escola, os outros irão tirar vantagens disso.

Construto “Desejo de Controle”

11. Eu acho que medo e ameaças são coisas necessárias para motivar as pessoas a fazerem o que eu quero.
12. As ações dos outros influenciam constantemente minhas chances de sucesso.
13. Em minha vida, eu controlo o curso dos eventos.
14. Eu gosto de ter habilidade de controlar a situação.
15. Eu determino o que acontece em minha vida.

Construto “Desejo de Status”

16. Eu acredito que a maioria das pessoas gosta de exibir seu próprio sucesso.
17. Algum dia eu quero ser rico e poderoso.
18. O desenvolvimento das pessoas NÃO é um dos meus objetivos mais importantes.

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Responder com:

Concordo Totalmente – 05
Concordo Parcialmente – 04
Neutro – 03
Discordo Parcialmente – 02
Discordo Totalmente – 01

Resultado:

78 a 90 – Totalmente Maquiavélico
63 a 77 – Altamente Maquiavélico
48 a 62 – Parcialmente Maquiavélico
33 a 47 – Pouco Maquiavélico
18 a 32 – Nada Maquiavélico

Política em Maquiavel através de Dinâmica: Utilização

O teste deve ser aplicado no começo da aula, como introdução ao assunto. O professor não deve dizer que é um teste de personalidade maquiavélica, apenas que é um teste de personalidade. Isso ajuda a evitar que o aluno inconscientemente deixe de dar uma resposta sincera.

As perguntas são bem provocativas. O professor deve evitar ao máximo opinar ou interpretar as questões, para não induzir o aluno.

Após todos concluírem, o professor revela sobre o que se trata o teste, a tabela de pontuação, e a tabela de resultado. O professor deve pedir para os alunos somarem os valores que deram para cada questão. Nisso, o professor tem que trabalhar o que foi dito lá no começo, que a personalidade maquiavélica não pode ser entendida como um defeito, uma coisa má. Para melhor exemplificar a utilidade dela no mercado de trabalho e na convivência cotidiana, vale a pena ler o artigo de onde extraí o teste.

Por fim, o professor explica que o termo maquiavélico veio de uma leitura errada das obras de Maquiavel e explica a sua teoria política.

Política em Maquiavel através de Dinâmica: Interdisciplinaridades

Essa aula pode ser dada em conjunto com o professor de história e, caso tenha, um psicólogo escolar.

O professor de história poderá aproveitar o contexto histórico e político da Itália no período renascentista e trabalhar os conflitos pelos quais passava aquela região, e que motivaram Maquiavel.

O psicólogo pode melhor orientar os alunos a compreenderem essa personalidade maquiavélica, inclusive dando chances de marcação de atendimento pessoal para conversar caso a caso.

Política em Maquiavel através de Dinâmica: Conclusão

Essa é uma dinâmica introdutória ao assunto principal, que é a aula sobre política em Maquiavel. A dinâmica serve como um instigador, para estimular o aluno a prestar atenção naquele “cara” que inspirou o maquiavelismo. O debate que pode se seguir ao descobrirem o resultado e/ou às escolhas que eles fizeram também pode ser explorado, mesmo não tendo relação direta com o conteúdo.

E aí? Fizeram o teste? O quão maquiavélico vocês são? Deixa nos comentários! Quer testar a personalidade maquiavélica dos seus colegas? Compartilha esse artigo! Quer sugerir algum tema para o blog? entra em contato comigo.

Até a próxima e tenham uma boa viagem!

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.