Política de Aristóteles Descomplicada

Política de Aristóteles Descomplicada

Política de Aristóteles Descomplicada

Olá, marujos! Hoje vamos trabalhar o pensamento sobre política de Aristóteles de uma forma descomplicada. Vamos relembrar quem é esse filósofo, ver qual é a sua teoria política e trabalhá-la de uma forma que vocês possam entender seu conceito. Vamos lá!

Sobre o Filósofo

Aristóteles é um filósofo da Grécia Antiga, discípulo de Platão. Viveu entre os anos 384 e 322 a.C. É considerado um dos três grandes fundadores da filosofia ocidental, ao lado de Sócrates e Platão. Seus escritos foram preservados pelos filósofos árabes e reintroduzidos da Europa medieval, tendo sido acolhido especialmente pelo filósofo Santo Tomás de Aquino, que recuperou sua importância e prestígio. Como curiosidade, Aristóteles foi educador de Alexandre Magno, enquanto este era jovem. Aristóteles tentou educá-lo para que ele colocasse em prática suas teorias políticas, mas não teve sucesso. Para mais informações sobre Aristóteles, pode-se ler essa minibiografia.

Política de Aristóteles Descomplicada

Para Aristóteles, a sociedade é algo natural porque o ser humano é naturalmente um ser político, e, por isso, gosta de viver junto de outros de sua espécie. O filósofo dizia que, devido a sua natureza social, o ser humano se junta com outro para formar uma família. A soma de várias famílias geraria uma aldeia. A reunião de várias aldeias geraria uma cidade (lembrando aqui que para os gregos, existe o conceito de cidade-Estado, ou seja, essa cidade já é uma soberania [como se fosse o que entendemos hoje por país]).

Outro conceito que está relacionado ao surgimento das cidades é a felicidade. Para Aristóteles, todas as coisas tendem a uma finalidade e a finalidade da cidade, assim como a do ser humano, é a felicidade. Entretanto, o conceito de felicidade da cidade é diferente do conceito de felicidade para o ser humano. Nesse caso, a felicidade de uma cidade corresponderia ao bem comum. Ou seja, uma cidade feliz é uma cidade em que todos os seus cidadãos estão bem, vivendo uma vida boa.

Formas de Governo

Outra característica importante, segundo Aristóteles, na formação das cidades, é a liberdade de escolha no tipo de governo da cidade. Diferentemente de Platão, que impôs na sua teoria política uma forma correta de governo, Aristóteles diz que cada cidade deve escolher, devido às suas características próprias e história de fundação, a melhor forma de se governar e, consequentemente, alcançar o bem comum. Ou seja, para ele não existe uma forma ideal, correta de governo. Todos são válidos dentro do contexto de formação da cidade. O importante não é quem e como se governa, mas se aquele ou aqueles que estão no governo estão buscando o bem comum, estão alcançando a felicidade da cidade.

Aristóteles vai dizer que são três as principais formas de se governar uma cidade: um único governante, um pequeno grupo de governantes e um governo de todos. Nesses três casos, aqueles que governam podem buscar o bem comum ou apenas interesses pessoais. Se estiverem buscando o bem comum, a cidade está com um governo válido. Se quem governa estiver buscando interesses próprios, o governo é inválido e a cidade está se degenerando. 

Aristóteles deu uma nomenclatura para cada tipo de governo, para fazer uma boa distinção das formas de governo e do interesse dos governantes (bem comum ou pessoal):

  • Monarquia: é o governo de um só visando ao interesse comum; ela pode se degenerar em uma tirania, que é o governo de uma pessoa defendendo seus próprios interesses;
  • Aristocracia: é o governo de um pequeno grupo que defende o interesse de todos; ela pode degenerar em uma oligarquia, o governo de um pequeno grupo voltado apenas para seus interesses;
  • República / Politía: é o governo de um grande grupo com o objetivo do bem comum; ela pode degenerar em demagogia / democracia, o governo em proveito próprio, manipulando os demais.

Vou colocar abaixo uma tabela para ficar bem clara a distinção:

Política de Aristóteles Descomplicada: Formas de Governo

Observação: Devemos ficar calmos com relação aos termos usados. Não é porque um determinado termo é usado de forma positiva ou negativa naquela época que o seu sentido hoje seria igual. Não devemos ficar apegados aos termos usados em si, mas sim no sentido que o filósofo quis dar para as palavras. Faço essa ressalva especialmente pelo fato de Aristóteles ter dito que uma Democracia é uma forma incorreta de governo. Aqui, o que o filósofo quis é dar um nome para um governo em que as pessoas votam buscando interesses pessoais, e não o bem da cidade.

Papel do Cidadão

Para o estagirita (outra forma de se referir a Aristóteles, porque ele nasceu na cidade de Estagira), como já deve ter ficado claro, mais importante que a forma de governo é a atuação dos cidadãos na vida política da cidade. 

Além de animal racional, Aristóteles também definiu o ser humano como animal político (zôon politikon). Dessa forma, mostra que o ser humano tem uma obrigação natural de se envolver com a vida política. Vida política deve ser entendida como vida pública, ou seja, com questões ligadas ao andamento da cidade e problemas relacionados ao convívio de todos (e não problemas ligados à vida privada, particular, do indivíduo).

Política de Aristóteles Descomplicada: Outras Mídias

O livro e filme Divergente mostra que a imposição de uma forma de governo para a cidade não é benéfica, e que a ação individual dos cidadãos é que garante o sucesso de uma sociedade.

O filme Star Wars: A Ascensão Skywalker mostra a importância do povo, das pessoas comuns, para que haja uma mudança verdadeira na sociedade.

Política de Aristóteles Descomplicada: Conclusão

Dessa forma, podemos ver que para Aristóteles, mais importante do que a forma de governo é a participação ativa dos cidadãos nas questões políticas da cidade. Participação ativa não significa necessariamente se candidatar a algum cargo político ou ser funcionário público, mas sim saber votar e fiscalizar o trabalho dos que foram eleitos e/ou estão no poder. Também faz parte participar de ações públicas (como protestos) para cobrar dessas pessoas uma atitude correta na forma como usam de suas autoridades.

Por fim, é ser bom cidadão cuidar dos bens públicos e ser ético, respeitando as leis justas e agindo cotidianamente para o bem comum, independentemente se essa ação trará algum benefício próprio ou de interesse pessoal.

E aí? Gostou da visão política de Aristóteles? Deixa nos comentários suas opiniões a favor ou contra, e porquê! Acredita que mais pessoas precisam saber dessa teoria filosófica? Compartilha e divulga esse artigo nas suas redes sociais! Quer sugerir algum tema para um artigo ou tirar alguma dúvida? Entra em contato comigo!

Até a próxima e tenham uma boa viagem!

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.