Uma reflexão sobre Minha Mãe é uma Peça: um Amor que Transborda

Uma reflexão sobre Minha Mãe é uma Peça: um Amor que Transborda

Uma reflexão sobre Minha Mãe é uma Peça: um Amor que Transborda

Olá, marujos! Hoje faremos uma reflexão sobre a trilogia de filmes Minha Mãe é uma Peça, um filme nacional que tem sido sucesso de bilheteria. Vamos falar um pouquinho sobre o enredo do filme, para situar quem nunca os viu antes e, depois, fazer algumas reflexões sobre o filme, trabalhando as atitudes de dona Hermínia, a personagem principal, que representa um pouquinho de todas as mamães. Teremos alguns spoilers dos filmes durante a reflexão, então fiquem avisados. Vamos lá!

Sobre o filme

Minha Mãe é uma Peça começou como uma peça de teatro criada e estrelada pelo comediante Paulo Gustavo, inspirado na sua própria mãe. Enquanto que a peça teatral é um monólogo, o filme já possui toda a ambientação e encenação para dar vida ao universo de dona Hermínia.

Dona Hermínia (Paulo Gustavo) é mãe de três filhos, sendo o mais velho casado e morando em Brasília e os dois mais novos morando ainda com ela em Niterói. No primeiro filme, somos apresentados aos personagens e vemos o sofrimento da protagonista em lidar com os problemas familiares de qualquer mãe. No segundo filme, vemos dona Hermínia tendo que lidar com a saída dos filhos de casa e ficar, consequentemente, sozinha no seu lar (o primeiro filme já começa com ela divorciada). No terceiro filme, dona Hermínia lida com a gravidez da sua filha Marcelina (Mariana Xavier) e o casamento do seu filho homossexual Juliano (Rodrigo Pandolfo).

Uma reflexão sobre Minha Mãe é uma Peça: Olhando por Outro Ângulo

É normal, em todas as famílias, existir um conflito de hierarquia. Os pais dão ordens e limites para o bem do filho, e o filho questiona tudo isso, pois acha desnecessário. Uma das frases que sempre ouvi foram “quando você crescer, vai entender” ou “quando você for pai, vai entender”. Já cresci e entendi a maioria das coisas. Não sou pai ainda, mas por associação, provavelmente entenderei as demais questões… E isso é muito comum de acontecer em qualquer situação, pois somente estado em determinada posição é que seremos capazes de enxergar o problema por essa determinada perspectiva.

Nos filmes, a todo momento estamos vendo a situação como expectadores da mãe. Isso quer dizer que acompanhamos o dia-a-dia dela, o que ela sente e expressa antes, durante e após uma interação com os filhos ou com o ex-marido. De uma certa forma, a ideia é que entendamos o que motiva aquela mãe a agir daquele jeito. O legal é que sempre identificamos alguma característica nossa, como filhos, ou de nossas mães (porque, como já dizia o ditado “mãe é tudo igual”).

Uma reflexão sobre Minha Mãe é uma Peça: Mãe Também é Gente

Dona Hermínia vivia reclamando da bagunça, das brigas, dos problemas que seus filhos causavam em casa. Mas quando eles saíram, ela sofreu muito. Vem automaticamente aquele ditado “mãe cria os filhos para o mundo”. Todos os pais sabem que isso um dia acontecerá, mas acredito que nenhum deles está preparado. Os filhos, por outro lado, não veem a hora de sair de casa, mas só quando saem é que conseguem entender o valor do trabalho doméstico de uma mãe.

Como o filme é sobre a mãe, vemos sempre pela perspectiva dela. Observamos como dona Hermínia fica carente ao ver a casa vazia, ao ligar para os filhos e eles não atenderem por estarem ocupados. As mães se acostumam a uma rotina tão corrida, que dura por tantos anos, que diminuir o ritmo pode até ser difícil. Aqui, vale uma reflexão sobre o cuidado em saber dividir o seu tempo, para poder se dedicar um pouco a cada coisa. Em questão de pessoas, temos que ter um tempo para nós, um tempo para os amigos, um tempo para os nossos amores, um tempo para nossa família / familiares. Dona Hermínia se dedicou tanto à casa e aos filhos que deixou de lado a dedicação a si mesma e aos amores, por exemplo. Em um certo momento ela mesma vai dizer algo do tipo “estava tão preocupada com outras coisas que esqueci de transar”.

Dona Hermínia não arranjou nenhum namorado nos filmes, mas começou a dedicar mais tempo para si, viajando sozinha ou com amigas. Até grupo da terceira idade ela arranjou! Isso serve para mostrar que somos seres de múltiplos aspectos e que não devemos viver apenas um deles. Temos que saber dedicar um pouco de tempo para tudo. Isso pode parecer impossível no nosso cotidiano, mas não é. Se pararmos para observar friamente a nossa rotina, veremos onde estamos exagerando nosso tempo e onde está faltando dedicação. 

Uma reflexão sobre Minha Mãe é uma Peça: A Leoa que Protege a sua Cria

Minha mãe sempre disse que uma coisa que tirava ela do sério era ver um dos seus filhos ameaçados. Essa ameaça não significava necessariamente perigo de vida, mas qualquer coisa que pudesse afligir seus filhos. É o famoso instinto protetor das mães. Na trilogia de Minha Mãe é uma Peça não é diferente. Por diversas vezes, dona Hermínia ia ao ataque para proteger seus filhos, inclusive deles mesmos.

No terceiro filme, foi muito interessante ver a luta da protagonista pelo sucesso romântico do seu filho Juliano. Juliano se assume homossexual no primeiro filme. Dona Hermínia fica muito nervosa, mas não porque ela não aceita, mas sim pelo medo que ela tem de como a sociedade irá tratar o seu filho. No terceiro filme, vemos uma lembrança de dona Hermínia, onde ela defende Juliano ainda criança do preconceito das demais crianças e dos outros pais.

Infelizmente, ainda vemos muitos pais que são contra algumas opções dos filhos. Creio que esse “ir contra” não significa que não exista amor, mas sim medo ou desconfiança. Os pais que assumem verdadeiramente a paternidade querem o melhor para os seus filhos e, nesse querer, podem acabar sendo super protetores. Não aceitar algumas escolhas pode parecer ilógico para nós, mas para eles é o certo a se fazer. Se pensarmos na nossa vida, desde nossa infância, quantas coisas nós já quisemos e nos foi negado por nossos pais, que na hora pareceu um absurdo, mas com o tempo se mostrou a melhor decisão? 

Cabe aos filhos ter paciência e caridade ao lidar com alguma limitação dos pais. Antes de achar que tudo é um absurdo, deve-se levar em consideração tudo o que os pais já fizeram, todo o sacrifício que os pais já tiveram, e entender que aquela atitude não é aleatória, que realmente tem amor naquilo. Se pôr no lugar do outro sempre é uma boa solução.

Conclusão

Essa reflexão pode não ter sido tão profunda ou filosófica como outras que tem no blog, mas com certeza foi feita com muito carinho porque a todo o momento eu lembrei da minha mãe, que muito me ensinou e que devo muito. Uma frase que ela adorava dizer é “ser mãe é padecer no paraíso” e isso mostra o quanto é desgastante e ao mesmo tempo gratificante a maternidade. Que possamos dar muito valor a isso porque, como eu sempre ouvi “mãe não é para sempre, aproveita enquanto ela é viva”. Mãe, te amo!

E aí? Sua mãe também era craque em usar frases de efeito? Deixa nos comentários outras frases de efeito que sua mãe adora dizer! Gostou da reflexão? Compartilha com seus pais ou seus filhos! Quer sugerir algum tema ou obra para refletir? Entra em contato comigo!

Até a próxima e tenham uma boa viagem!

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.