Ensinando Antropologia de Descartes através de Dinâmica: Fazendo Fantoches

Ensinando Antropologia de Descartes através de Dinâmica: Fazendo Fantoches

Olá, marujos! Hoje, mostrarei como você pode estar ensinando a antropologia de Descartes através de uma dinâmica. Descartes propôs que o ser humano é feito de duas substâncias – corpo e alma – que se relacionam. Através da criação e utilização de fantoches, os alunos compreenderão essas substâncias e sua relação. Vamos lá!

Relembrando o Conceito

Descartes propôs que o ser humano é feito de duas substâncias independentes: a coisa pensante (que ele chamou de alma) e a coisa extensa (que ele chamou de corpo).

A alma é imaterial, imortal, uma unidade indivisível e é responsável pelo nosso pensar. A alma é o nosso “eu” e é inacessível às outras pessoas. Ou seja, ninguém conhece a nossa alma, o nosso “eu”, o nosso pensamento.

O corpo é material, mortal, uma unidade divisível (podemos dividir o corpo em membros, órgãos) e é responsável pelo nosso sentir. O corpo é o que nos permite tocar, ouvir, cheirar, provar e ver; e é acessível às outras pessoas. Ou seja, as pessoas podem interagir e compreender o nosso corpo.

Mesmo sendo coisas distintas, corpo e alma se relacionam e se conectam, permitindo que o pensamento seja afetado pelos sentidos e os sentidos pelo pensamento.

Para aprender mais sobre o assunto, veja o artigo: Dualismo Cartesiano Descomplicado: Antropologia Filosófica de Descartes.

Ensinando Antropologia de Descartes através de Dinâmica: Fabricando os Fantoches

Proposta

Os alunos criarão, em sala, um fantoche – o qual representará o corpo.

Depois, com suas mãos, irão animar, dar vida a esse fantoche. A mão representará a alma.

Material

Vou listar tudo o que pode ser usado na confecção dos fantoches, lembrando que o essencial é: algo para servir de corpo; algo para decorar; e algo para grudar as decorações. Tendo isso em mente, providencie o máximo que for possível dentro da realidade da escola e dos alunos.

Segue:

  1. Meias;
  2. Feltro (diversas cores);
  3. EVA (diversas cores);
  4. Cartolinas Coloridas;
  5. Canetas Hidrográfica (“Canetinhas Coloridas”);
  6. Colas Coloridas;
  7. Tintas;
  8. Botões de Camisa;
  9. Lã;
  10. Pistola de Cola Quente;
  11. Bastão de Cola Quente;
  12. Linha e Agulha;
  13. Cola de Tecido;
  14. Cola Branca.

Confecção

Eu não sou a pessoa do artesanato, então recorri ao mais simples que pensei: fantoches de meia.

Cada aluno pega uma meia LIMPA (nova ou usada), coloca na mão e faz uma pinça, como se fosse fazer uma boca abrindo e fechando. Dessa forma, ele terá uma noção de onde é a cabeça.

Agora, é usar a criatividade para decorar o fantoche utilizando o material disponível. Basicamente, é criar um rosto (com olhos, cabelo, boca, essas coisas) na parte da meia que fica na mão e, se der tempo, alguma “roupa” (preenchendo a parte da meia que fica sobre o braço).

Se tiver muito tempo e habilidade, pode-se também criar fantoches mais elaborados, usando moldes e feltro.

Alternativa para Casa

Se achar que fica inviável confeccionar os fantoches na sala de aula, apresente a proposta aos alunos na aula anterior e peça para eles fazerem os fantoches em casa e já os trazerem prontos.

Assim, você ganha todo o tempo de confecção.

Para incentivar, você pode colocar a confecção do fantoche como uma atividade avaliativa obrigatória ou dar alguns pontos extras para quem fizer.

Ensinando Antropologia de Descartes através de Dinâmica: Relacionando a Dinâmica com a Matéria

Como já foi dito na proposta, a ideia é que o aluno compreenda o fantoche como a substância “coisa extensa” / “corpo” e a mão como a substância “coisa pensante” / “alma”.

Peça para o aluno deixar o fantoche sobre a mesa, olhar para ele e para a sua mão. Explique que, assim como existe ao mesmo tempo o fantoche e a mão, de forma separadas, também existe o corpo e a alma para Descartes.

Depois, peça para o aluno “vestir” o fantoche na mão. Explique que a sensação que ele está tendo, de contato entre a mão e o tecido do fantoche representa a ligação que existe entre a alma e o corpo.

Peça para o aluno movimentar o fantoche, abrindo e fechando sua boca, pegando algo com a boca do fantoche, movendo os bracinhos (se fez um fantoche mais elaborado). Explique que, na filosofia de Descartes, esse movimento foi proposto pela alma/mão, mas quem o executa é o corpo/fantoche.

Caso o aluno queria “provocar” / “desafiar” dizendo que se tirar o fantoche ainda tem a mão e os dedos fazendo o movimento, explique que essa mão sem o fantoche não representa nada, não aparenta nada, não passa nenhuma mensagem. A mão pode até “pensar” que está sendo uma boca ou um braço, mas sem o fantoche, isso não se concretiza.

Explique que o fantoche é quem “toca” o mundo real. Que aquilo que é “visto” pelos outros fantoches é o fantoche-corpo e não a mão-alma. Nós só sentimos os fantoches-corpos das outras pessoas, nunca a sua mão-alma.

Se tiver coragem, peça para os alunos tirarem o fantoche e o destruírem (se não tiver, só exponha essa possibilidade). Explique que, assim como o fantoche pode ser destruído, o corpo também morre. Por outro lado, a mão permaneceu com a pessoa, assim como a alma permanece imortal (deixe claro que Descartes não explica o que acontece com a alma desencarnada).

Ensinando Antropologia de Descartes através de Dinâmica: Interdisciplinaridade

Essa aula pode ser dada junto com Artes e Projeto de Vida

A relação com Artes deve até ser óbvia, né? kkk. O professor de artes poderá ajudar os alunos a fazerem um fantoche bem feito. Pode até, quem sabe, pedir que eles sigam algum estilo artístico na confecção / decoração do fantoche.

A relação com Projeto de Vida é pedir que os alunos façam um fantoche que se pareça com eles ou que contenha elementos que se relacione com eles. Dessa forma, pode-se pensar na cor da meia (para se relacionar com a cor da pele do aluno), cor e quantidade de lã para o cabelo, uns óculos de arame, uma bola desenhada na meia ou no EVA e colada no corpo do fantoche, etc.

Depois, o aluno precisa apresentar seu fantoche interpretando-o, como se realmente estivesse brincando de fantoche, dizendo coisas como: “Oi! Eu sou o Luiz! Tenho cabelo curto, olhos pretos, pele clara, uso óculos e gosto de jogar futebol”. Essa é uma proposta para o aluno entender como ele se identifica.

Conclusão

Essa é uma dinâmica de simples compreensão para o aluno e fácil relacionamento com a matéria para o professor. A sua única dificuldade é a grande variedade de materiais necessários e o tempo para elaborar os fantoches. Por isso, dei a sugestão de pedir para trazerem um já pronto. De resto, creio que tudo dará certo e será bem legal.

E aí? Alguma parte ficou confusa? Deixa sua dúvida nos comentários! Conhece algum professor de filosofia? Compartilha esse artigo com ele! Quer sugerir outros conteúdos para receberem uma aula diferenciada? Entra em contato comigo!

Até a próxima e tenham uma boa viagem!

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.