Introdução à Lógica Descomplicada

Introdução à Lógica Descomplicada

Olá, marujos! Hoje vamos fazer uma Introdução à Lógica de uma forma descomplicada. Dessa forma, falaremos o que estuda a lógica, a origem e significado do seu nome e os principais conceitos que precisamos aprender sobre essa área do conhecimento filosófico. Vamos lá!

Introdução à Lógica Descomplicada: Etimologia e Função

A termo “lógica” vem do grego logiké; que, por sua vez, remete ao termo grego lógos (palavra, expressão, discurso, “razão”). Dessa forma, já podemos perceber que a lógica tem relação com o nosso falar, e falar com razão / certeza.

Podemos definir que a Lógica é o estudo dos métodos e os princípios da argumentação, e a investigação do processo que dá origem à conclusão. Isso quer dizer que a Lógica vai explicar como funciona o raciocínio humano, como o ser humano consegue encadear uma série de fatos e tirar uma conclusão disso tudo.

A Lógica também estuda os métodos e os princípios usados para distinguir o raciocínio válido do inválido. Ou seja, a Lógica também serve para identificarmos se o nosso discurso está ou não coerente. Ela também nos auxiliar em perceber se o discurso do nosso interlocutor é ou não coerente. Lembrando que a coerência aqui se refere a um argumento racional, fundamentado.

A Lógica surgiu como um problema filosófico desde o século IV, com os pré-socráticos Parmênides e Zenão. Contudo, ela só foi sistematizada com Aristóteles, no seu conjunto de livros denominado Organon.

Introdução à Lógica Descomplicada: Proposição

A proposição (ou juízo) é uma afirmação ou negação de alguma coisa sobre a realidade. A proposição é uma sentença declarativa, que possui um valor de verdade (ou seja, pode ser verdadeira ou falsa). A proposição deve ser uma oração que tenha sujeito e predicado. Exemplos: Todo ser humano é mortal / A capital do Brasil é São Paulo.

Nos exemplos acima, através da experiência com a nossa realidade, podemos concluir que “Todo ser humano é mortal” é uma proposição verdadeira e “A capital do Brasil é São Paulo” é uma proposição falsa.

Tipos de Proposição

Existem quatro tipos de proposição, que são classificadas dependendo da quantidade (se a proposição se refere a uma totalidade ou a uma parte do todo) e da qualidade (se é uma afirmação ou uma negação).

IMPORTANTE: precisa ficar claro que, ao dizer “afirmação”/”negação” estamos falando do tipo de construção verbal, lembrando das nossas aulas de gramática sobre frases na forma afirmativa e frases na forma negativa. Em nenhum momento existe juízo de valor aqui, no sentido de “bom”/”mau”.

São elas:

  • Universal Afirmativa (UA): afirmação acerca da totalidade de um conjunto. Ex.: Todos os peixes vivem na água. Repare que nessa proposição eu estou AFIRMANDO que TODOS os peixes vivem na água (eu faço referência ao grupo completo de peixes e digo algo afirmativo sobre isso);
  • Universal Negativa (UN): negação acerca da totalidade de um conjunto. Ex.: Todos os deputados não votaram a favor da emenda / Nenhum deputado votou a favor da emenda. Repare que nessa proposição eu estou declarando que TODOS os deputados NÃO votaram a favor da emenda (eu faço referência ao grupo completo de deputados e digo algo negativo sobre isso). Uma outra forma de construir essa frase, é usando a palavra NENHUM em substituição das palavras TODOS e NÃO. Por hábito, usamos mais o NENHUM do que o TODOS + NÃO;
  • Particular Afirmativa (PA): afirmação sobre parte de um conjunto. Ex.: Alguns tomates estão maduros. Repare que nessa proposição eu estou AFIRMANDO que ALGUNS tomates estão maduros (eu faço referência a uma parte do grupo de tomates e digo algo afirmativo sobre isso);
  • Particular Negativa (PN): negação sobre parte de um conjunto. Ex.: Alguns alunos não souberam responder a questão. Repare que nessa proposição eu estou declarando que ALGUNS alunos NÃO souberam responder a questão (eu faço referência a uma parte do grupo de alunos e digo algo negativo sobre isso).

Introdução à Lógica Descomplicada: Formas de Raciocínio

O raciocínio ocorre quando encadeamos proposições simples e tiramos conclusões. A conclusão é uma informação nova extraída das informações disponíveis nas proposições anteriores. Existem duas classes de raciocínio: a indução e a dedução.

A indução é uma forma de raciocínio onde se obtém uma conclusão geral a partir de proposições particulares. Os raciocínios obtidos pela indução não são certos, mas prováveis. Ex.: Todas as vezes em que vi no céu nuvens escuras, choveu; hoje, há nuvens escuras no céu, portanto vai chover hoje.

Perceba que a relação que criei entre nuvens escuras e chuva veio de um constante observação da meteorologia, em que a chuva vinha sempre que apareciam nuvens escuras. Conduto, isso não me dá o direito de ter certeza que naquela vez em que aparecerem nuvens escuras, vai obrigatoriamente chover. O que existe é apenas muita probabilidade.

A dedução é um tipo de raciocínio pelo qual chegamos a conclusões particulares a partir de proposições universais. A forma clássica desse tio de raciocínio é o silogismo, por meio do qual, partindo de duas premissas (proposições), chega-se a uma conclusão que se segue necessariamente delas. Ex.: Todo ser humano é mortal; Sócrates é um ser humano; Logo, Sócrates é mortal.

Perceba que a conclusão a que cheguei no raciocínio desse exemplo ocorre de forma obrigatória. Se todo ser humano é mortal e Sócrates é um ser humano, não tem como concluir outra coisa senão que Sócrates é mortal. Podemos até colocar essa dedução “ao contrário” para perceber a necessidade de seguir essa linha de raciocínio: Sócrates é mortal porque ele é um ser humano, e todos os seres humanos são mortais. Existe um encadeamento lógico em cada proposição que acaba as unindo.

Conclusão

Como podem perceber, esse artigo só mostrou dois temas dentro da Lógica: proposição e formas de raciocínio. São os dois principais e fundamentais temas, mas esse é só o começo do conhecimento dentro dessa área filosófica. Se quiser aprender mais um pouco de lógica, recomendo a leitura do artigo Princípios da Lógica Descomplicado.

E aí? Ficou alguma dúvida? Deixa nos comentários que eu respondo! Gostou de ser apresentado à essa área do conhecimento filosófico? Compartilha esse artigo e a apresente para outras pessoas! Quer sugerir um próximo tema da área de Lógica? Entra em contato comigo!

Até a próxima e tenham uma boa viagem!

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.