Ensinando os Princípios da Lógica através de Jogo: Vivo-Morto

Ensinando os Princípios da Lógica através de Jogo: Vivo-Morto

Olá, marujos! Hoje, mostrarei como estar ensinando os Princípios da Lógica segundo Aristóteles através do clássico jogo vivo-morto. Para quem não lembra, esse é aquele jogo em que você agacha ou fica de pé de acordo com os comandos do mestre. A proposta é que os alunos compreendam mais facilmente os três princípios da lógica depois de perceberem que jogaram um jogo que segue esses princípios. Essa é uma brincadeira fácil de aplicar, que não toma muito tempo e é divertida. Vamos lá!

Ensinando os Princípios da Lógica através de Jogo: Relembrando os Conceitos

Aristóteles dirá que a lógica possui três princípios axiomáticos. Esses princípios norteiam nosso pensamento lógico.

Conhecê-los não muda a forma como pensamos, mas nos ajuda a entender como pensamos. São eles:

a) Identidade: algo deve ser idêntico a si mesmo. Em outras palavras, precisamos ter clareza sobre o objeto do qual estamos falando, o seu conceito;

b) Contraditório ou Não-Contraditório: não podemos dizer uma coisa querendo dizer outra. Em outras palavras, precisamos ter clareza sobre sentido daquilo que estamos falando;

c) Terceiro Excluído: ou aquilo que falamos é tal como falamos, ou não é. Não existe uma terceira via.

Para entender com mais detalhes e com exemplos os três princípios da lógica, recomendo: Princípios da Lógica Descomplicado.

Ensinando os Princípios da Lógica através de Jogo: Jogo do Vivo-Morto

Apresentação e Regras

O jogo Vivo-Morto é uma clássica brincadeira infantil também conhecido como Morto-Vivo, Vivo ou Morto e Morto ou Vivo.

Ele consiste em colocar os jogadores alinhados e atentos ao comando do mestre. Quando o mestre fala “vivo”, os jogadores precisam ficar em pé ou permanecer de pé. Quando o mestre fala “morto”, os jogadores precisam agachar ou permanecer agachado.

A dinâmica está em o mestre dar as ordens de forma cadenciada de forma aleatória e os jogadores irem acompanhando as instruções sem demorarem muito e sem trocarem a ordem (agachando quando é para ficar de pé ou vice-versa).

Sempre que um jogador executa o movimento errado ou até mesmo ameaça fazê-lo, é eliminado.

Alguns lugares possuem o costume de, depois que se passa um longo tempo na partida, o mestre dá comandos sequenciais que precisam ser repetidos na mesma ordem, por exemplo “vivo, morto, vivo, vivo, morto” e os jogadores precisam repetir os cinco movimentos na ordem certa. Entenda vendo esse vídeo: BRINCADEIRA DO VIVO MORTO.

Ganha quem é o último jogando.

 

Jogando

  1. Leve a turma para uma área externa (é bom para eles saírem um pouco da sala) e coloque-os alinhados;
  2. Se não der para ir a uma área externa, use a sala de aula mesmo. Os alunos podem ficar na posição das suas cadeiras, só as empurrando um pouco para trás ou chegando um pouco para frente delas;
  3. O professor será o mestre e dará os comandos aleatoriamente, aumentando o ritmo conforme o tempo for passando;
  4. O professor também deve ficar atento e eliminar os alunos que errarem e não “se entregarem”;
  5. A estratégias das ordens sequenciais pode ser usada se a brincadeira estiver demorando ou começar a ficar maçante;
  6. Depois de um certo tempo brincando, se não tivermos apenas um vencedor, não existe problema em dar a vitória para todos os alunos que “sobreviveram”.

Premiação

O vencedor ou vencedores podem ganhar pontos extras ou algum tipo de agrado, como doces.

Ensinando os Princípios da Lógica através de Jogo: Relacionando o Jogo com a Matéria

A proposta é que o jogo seja feito no começo da aula, antes da explicação da matéria.

Depois que os alunos voltarem para a sala ou se reposicionarem nas suas cadeiras, o professor vai apresentar os princípios da lógica e utilizar o jogo como exemplo:

Princípio da identidade: os alunos-jogadores precisavam entender o que significa ficar de pé e o que significa ficar agachado. Sem entender o que são essas posições corporais, não existe comunicação viável entre o professor-mestre e os alunos-jogadores.

Princípio da Contradição ou Não-Contradição: os alunos-jogadores e o professor-mestre precisavam deixar claro entre si que o comando “vivo” se referia a ficar de pé e o comando “morto” se referia a ficar agachado. Se não existisse essa compreensão, o jogo poderia ter problemas. Se alguém pensasse que o comando “vivo” significasse agachar e o comando “morto” significasse ficar de pé, acabaria surgindo confusões porque a pessoa que “errasse” não iria errar de propósito e, por isso, não acharia justo perder.

Princípio do Terceiro Excluído: na brincadeira do vivo-morto só existem duas posições – ou em pé ou agachado. Logo, não existe “meio em pé” ou “meio agachado”. Isso é importante porque muitas vezes essa falsa posição intermediária pode gerar brigas ou confusões. Se alguém não fica em uma postura claramente em pé ou agachada, pode ser acusada de estar roubando.

Percebam que todos os três princípios foram exemplificados através do jogo que os alunos vivenciaram. Obviamente, isso não impede o professor de dar outros exemplos e de, também, dar explicações mais teóricas sobre os três princípios da lógica.

Ensinando os Princípios da Lógica através de Jogo: Interdisciplinaridade

Essa aula pode ser dada junto com Educação Física, História e Sociologia.

A brincadeira do vivo-morto além de exigir um certo esforço físico também exige do aluno consciência corporal e postura. Essas exigências podem ser aproveitadas pelo professor de educação física para exemplificar alguma teoria ou até mesmo para funcionar como alguma atividade física.

O professor de história pode aproveitar o uso dessa brincadeira infantil clássica para explicar sua história, com origem, funcionamento e regras ao longo do tempo. Ele também pode ampliar o debate e fazer uma história dos jogos infantis.

O professor de sociologia pode trabalhar o fato social da diversão e dos jogos, entendendo a importância social dessas atividades nas mais diversas culturas.

Ensinando os Princípios da Lógica através de Jogo: Conclusão

Como podem ver, essa é uma aula simples de ser aplicada e que traz bastante resultado porque é muito tranquilo de relacionar o jogo com a matéria. Além disso, essa aula ainda promove bastante abertura para outras discussões muito maiores que a própria proposta inicial.

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.