Reflexão sobre Ahsoka: Esperança Imprudente e Desobediência Civil

Reflexão sobre Ahsoka: Esperança Imprudente e Desobediência Civil

Olá, marujos! Hoje, faremos uma reflexão sobre a minissérie Ahsoka. Essa produção do universo Star Wars acompanha a ex-Jedi Ahsoka tentando impedir o retorno do Grão Almirante Thrawn, alguém que poderia comandar as antigas forças imperiais contra a Nova República. Na reflexão, abordarei as atitudes controversas de duas personagens da série que impactaram diretamente a história. Teremos spoilers na parte da reflexão! Vamos lá!

Sobre a Minissérie

Ahsoka é uma minissérie live action da franquia Star Wars produzida diretamente para a plataforma de streaming Disney+ no estilo drama e ficção científica. Ela estreou em 2023 e, até o momento, não foi divulgado se se encerrou nessa primeira temporada ou se terá continuação.

Estamos em um período de paz na Nova República, mas ameaças de retorno do Império sempre ocorrem. Ahsoka é uma ex-Jedi que se manteve no lado luminoso da força. Ela age sozinha na galáxia, buscando defendê-la de ameaças do seu jeito.

Atualmente, ela investiga um plano para resgatar o Grão Almirante Thrawn (um dos principais subordinados do antigo imperador e quem poderia reunir as forças do antigo império sob seu comando), o qual tinha sido jogado no hiperespaço durante a guerra e está desaparecido até o momento.

Seguindo suas pistas, Ahsoka se reencontra com antigas amigas, que tinha deixado após a vitória dos Rebeldes: Hera Syndulla e Sabine Wren. Hera é, atualmente, uma general da Nova República. Sabine é uma caçadora de recompensas que chegou a ser aprendiz de Jedi da Ahsoka por um tempo.

A separação das três no passado não foi muito saudável e o reencontro não foi tão tranquilo quanto se pretendia. Agora, as três precisam se reconectar para combater essa nova investida das antigas forças sombrias.

Quer saber como é esse famigerado plano de resgate? Quer saber se ele dará ou não certo? Assista Ahsoka na Disney+.

Reflexão sobre Ahsoka: Cuidado com suas Esperanças

Esperança é um sentimento muito valorizado entre as pessoas. Ela é a expectativa de melhora ou solução de um problema seu ou da totalidade da realidade.

Existe o famoso ditado “A esperança é a última que morre”. Esse ditado quer nos incentivar a nunca desistir e sempre persistir porque, enquanto houver esperança (ou seja, a expectativa que algo dará certo), ainda existe chance disso se concretizar.

Na série, Sabine Wren tinha a esperança de reencontrar seu amigo perdido Ezra Bridger. Ezra se “sacrificou” na luta contra Thrawn, caindo no hiperespaço junto com ele. Sabine também nunca aceitou que Ezra havia morrido e buscava formas de resgatá-lo.

Em um certo momento da série, Sabine tem a chance de impedir que a missão inimiga chegasse no local em que estava Thrawn. Se ela destruísse a chave, podemos dizer que seria quase impossível resgatar Thrawn. Porém, ela acabou deixando o plano rolar para ganhar o direito de ir junto nessa missão e tentar encontrar seu amigo Ezra Bridger.

Ou seja, a esperança de Sabine proporcionou o sucesso da missão inimiga. Como sabemos, tanto Ezra quanto Thrawn foram encontrados. Porém, ambos foram trazidos de volta para a galáxia, com o diferencial que Thrawn já chegou com um baita exército…

Podemos dizer que Sabine foi imprudente com sua esperança? Creio que sim. Ela colocou em risco toda a galáxia por algo que ela não tinha certeza. Ela até encontrou Ezra, mas poderia não ter encontrado. Poderia, por exemplo, somente Thrawn ter sobrevivido.

Além disso, mesmo dando certo o plano de resgatar Ezra, ainda existe o problema de Thrawn ter sido resgatado! O sacrifício de Ezra foi desperdiçado e vidas inocentes agora estão em risco por causa de uma pessoa! Isso é uma atitude imprudente!

Tudo isso valeu a pena? Até onde a série nos levou, não (se pensarmos com olhos neutros, que pensam o todo).

Trazendo para a nossa realidade, podemos pensar quantas vidas foram desperdiçadas, quantos problemas foram causados por uma esperança imprudente. 

Comecemos pelas religiões. Quantas atitudes foram tomadas por religiosos dos mais diversos cultos em nome dos seus deuses. Quantos sacrifícios de si e de outros foram feitos para agradar os deuses, quantas guerras foram travadas em nome da fé. Se considerarmos que só uma dessas religiões é a correta, olha a quantidade de praticantes das outras religiões que fizeram m… à toa! E se nenhuma dessas religiões estiver certa, a coisa ainda piora!

Mas nem precisamos ir para o campo polêmico das religiões para refletir sobre esperança imprudente. Vamos pegar casos mais concretos: pessoas que apostam todo seu dinheiro ou patrimônio em jogos de azar ou investimentos de altíssimo risco; pessoas que investem todo o seu tempo em uma carreira muito difícil ou concorrida e não possuem um plano B; pessoas que acreditam em discursos exagerados de políticos e os defendem sem se preocupar em estudar toda a conjuntura política.

Esses exemplos mostram o quanto é perigoso ter esperanças demasiadas em alguma coisa. Ter esperança é algo bom e importante, mas se for de forma imprudente, pode trazer muitos riscos para essas pessoas e para outras ao redor.

Haverá momentos em que as coisas darão certo? Com certeza! Mas se olharmos de forma estatística, é a minoria dos casos. A chance de você se dar mal é muito maior.

Por isso, pense bem antes de se arriscar em um ato de esperança que tem grandes chances de trazer ou proporcionar consequências ruins. Muito provavelmente, não valerá a pena.

Reflexão sobre Ahsoka: Se Você Tem Certeza, Vai Lá e Faz!

Hera Syndulla acreditou nas palavras da amiga Ahsoka e propôs para o conselho de senadores uma missão a Seatos (de onde o grupo inimigo estava planejando partir para resgatar Thrawn). O conselho rejeita o apoio à missão, mas Hera reúne um pequeno grupo e vai mesmo assim.

Devido ao atraso na partida e pequeno contingente, Hera não consegue impedir os vilões de executarem o plano, mas, pelo menos, chega a tempo de salvar Ahsoka. Se Hera não tivesse desobedecido o conselho, Ahsoka estaria morta e o retorno de Thrawn seria ainda mais problemático. 

A ação de Hera é muito complicada porque ela é uma oficial do governo. Ela, desobedecendo ordens diretas, abre precedente para outras pessoas sentirem que podem fazer o mesmo. Mas isso devia ter a impedido? A série nos indica que não.

Hera estava convicta e com provas de que aquele movimento do inimigo ocorreria. Mesmo não tendo provas físicas inquestionáveis para apresentar aos senadores, ela tinha provas de confrontos e de testemunho de pessoas em quem ela confiava. Por isso, a desobediência se justificou.

A Desobediência Civil, como preconiza Thoreau, é justificada porque um governo não tem capacidade e nem consegue dar conta da total honestidade e justiça de um povo. Dessa forma, a consciência acertada de uma pessoa deve ser superior à lei e à ordem instituída.

Se lembrarmos da série, perceberemos que tinha um senador muito suspeito, que sempre era contra e sempre tinha argumentos para justificar a não-ação de Hera. Será que ele é corrupto? Será que ele simplesmente é ignorante da realidade? Não sabemos até o momento, mas sabemos que sua atitude colocou muita coisa em risco (e seria ainda pior se Hera não tivesse desobedecido).

A atitude de Hera, e até mesmo a atitude posterior da Leia Organa (que mentiu dizendo ter aprovado a missão para evitar a condenação de Hera), vem nos mostrar que, às vezes, vale a pena desobedecer às regras quando isso serve para fazer o certo.

Nem sempre as leis estão do nosso lado ou conseguem nos dar o apoio que precisamos naquele momento. Nessas horas, precisamos dar um jeito para resolver o problema.

É triste isso ser necessário e mais triste ainda quando o descumprimento da lei é usado como forma de justificar a não validade de algumas ações. Por exemplo, uma escuta clandestina não servir de prova porque não foi autorizada previamente, mesmo ficando demonstrado que o áudio é original e foi feito espontaneamente. 

Mesmo assim, atitudes do governo em coibir ações individuais não devem nos parar quando quisermos fazer o certo. É melhor termos nossa consciência tranquila porque fizemos o certo do que termos nossa consciência perturbada porque preferimos seguir a lei.

Reflexão sobre Ahsoka: Conclusão

Ahsoka é uma série em que os heróis não são tão heróis pelos olhos do governo. É uma série em que ações individuais acabam causando muito mais repercussão do que atitudes governamentais, seja para o lado bom ou lado mau. Será que seremos pessoas de esperança imprudente ou de desobediência civil? As duas coisas? Nenhuma das duas? Quem sabe como serão nossas ações quando a situação nos envolver diretamente…

E aí? Curtiu essa reflexão sobre Ahsoka? Compartilha! Tem algo a acrescentar a essa reflexão sobre Ahsoka? Comenta! Quer uma reflexão sobre outra produção da franquia Star Wars? Entra em contato!

Até a próxima e tenham uma boa viagem!

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.