Ensinando Teoria das Quatro Causas através de Jogo: Desafio das Quatro Causas

Ensinando Teoria das Quatro Causas através de Jogo: Desafio das Quatro Causas

Olá, marujos! Hoje, mostrarei como estar ensinando a teoria das quatro causas de Aristóteles através de um jogo que chamei de “Desafio das Quatro Causas”. Nesse jogo, um grupo enfrenta outro grupo buscando ver quem melhor descreve o objeto utilizando as quatro causas de Aristóteles. O objetivo da atividade é ver se os alunos entenderam a teoria através de uma aplicação prática dela. Esse é um jogo de baixo custo e fácil execução. Vamos lá!

Ensinando Teoria das Quatro Causas através de Jogo: Relembrando o Conceito

Aristóteles defende que tudo o que existe possui quatro causas, as quais, em última instância, definem esse ser.

As causas são:

  1. Material – a matéria do que algo é feito;
  2. Formal – o formato que algo possui;
  3. Eficiente – o que ou quem gerou ou produziu esse ser; e
  4. Final – a finalidade, objetivo ou motivo de existência desse ser.

Determinando as quatro causas, se determina o que ou quem é esse ser. Nunca algo ou alguém terá as exatas quatro causas, fazendo tudo ser único.

Quando mais se detalhar as causas, mais se detalha a definição desse ser.

Para entender mais profundamente essa teoria, recomendo o artigo: Teoria das Quatro Causas Descomplicada: Metafísica de Aristóteles.

Ensinando Teoria das Quatro Causas através de Jogo: Desafio das Quatro Causas

Apresentação

O jogo consiste em um enfrentamento de dois grupos para ver quem melhor determina as quatro causas de um objeto dentro de um tempo limitado.

Quem se sobressair avança para a próxima fase até um grupo se sagrar campeão.

Conforme se vai avançando, mais complexo vão ficando os objetos.

Preparação do Jogo

O professor precisa separar uma série de objetos que podem ser descritos pelos alunos.

Para não ficar algo muito demorado, mas mantendo um tamanho de grupo aceitável, acredito que dê para fazer oito grupos de alunos. Como uma turma tem no máximo uns 40 alunos, ficariam até cinco alunos por grupo.

Dessa forma, teríamos na primeira rodada quatro confrontos, na segunda rodada dois confrontos e na terceira e última rodada um confronto. Isso dá um total de sete confrontos o que exigiria sete objetos para terem suas causas detalhadas.

Como Aristóteles entendia que cada ser é único, o ideal é ter apenas um objeto para cada desafio. O objeto pode ser colocado entre o grupo para eles olharem ao mesmo tempo, ou pode ser entregue para cada grupo manuseá-lo por um período de tempo igual.

Os objetos podem ser coisas simples, como um copo, uma xícara, uma cadeira da sala dos professores, um livro. O ideal é que sejam coisas bem diferentes umas das outras para obrigar os alunos a pensarem mais e também terem mais exemplos diferentes de definição das causas.

É recomendado também que pelo menos os quatro primeiros objetos tenham um nível fácil de explicação das quatro causas para que todos os grupos consigam desenvolver pelo menos alguma coisa.

Já os objetos da segunda e terceira rodadas podem ser mais difíceis.

Regras

  1. O professor expõe o objeto e dá cinco ou dez minutos (dependendo da complexidade) para os grupos escreverem as quatro causas do objeto da melhor forma possível;
  2. Acabado o tempo, o professor recolhe as descrições e as lê para os jurados, que irão dizer qual foi a melhor (ou seja, aquela que conseguiu destacar de forma mais assertiva e aprofundada as causas do objeto);
  3. O grupo vencedor avança para a próxima etapa até a final ser realizada.

O professor precisa determinar quem será o jurado que avaliará a melhor definição. Pode ser ele mesmo, a turma, ou alguém de fora da sala (como um funcionário, coordenador ou diretor).

É importante ler a definição sem identificar qual grupo a fez, para que não se vote por preferência aos membros do grupo.

Jogando

  1. Divida a turma em oito grupos;
  2. Sortear uma numeração de 1 a 8 para cada grupo. Isso vai determinar os enfretamentos:
    1. 1ª rodada – A: grupo 1 x grupo 2 / B: grupo 3 x grupo 4 / C: grupo 5 x grupo 6 / D: grupo 7 x grupo 8;
    2. 2ª rodada – E: vencedor de A x vencedor de B / F: vencedor de C x vencedor de D;
    3. 3ª rodada – vencedor de E x vencedor de F.
  3. Fazer um enfretamento por vez, fazer o julgamento e determinar o vencedor;
  4. Seguir até termos o campeão.

Premiação

O campeão recebe a premiação principal, que pode ser pontos extras.

Essa atividade também pode ser usada como uma das avaliações bimestrais, considerando o desempenho dos alunos na primeira rodada (em que todos jogarão).

Ensinando Teoria das Quatro Causas através de Jogo: Relacionando o Jogo com a Matéria

Esse jogo é para ser feito após a explicação da matéria.

A proposta dele é servir como uma atividade que vai certificar se os alunos entenderam ou não o conceito das quatro causas de Aristóteles.

Se, na primeira rodada, o professor observar que os grupos não se saíram bem, ou seja, não conseguiram dar basicamente as quatro causas do seu objeto, valerá a pena refazer a explicação para garantir a compreensão do conteúdo.

Agora, se os grupos conseguirem expor minimamente as quatro causas corretamente, isso mostrará que os alunos entenderam a proposta filosófica aristotélica.

Ensinando Teoria das Quatro Causas através de Jogo: Interdisciplinaridade

Se forem usados objetos simples, do dia a dia, não vejo como ter alguma interdisciplinaridade.

Agora, se optar por objetos mais complexos, que não estão presentes fisicamente, mas dependerão de pesquisa online, podemos pensar em uma interdisciplinaridade com Artes ou Biologia.

Com relação à Artes, o professor de Artes irá propor objetos artísticos a serem definidos pelas causas como estátuas ou quadros.

Com relação à Biologia, o professor de Biologia pode propor animais, seres de vários reinos ou partes do corpo humano (dependendo de onde está a matéria dele) para serem detalhados pelas quatro causas.

Ensinando Teoria das Quatro Causas através de Jogo: Conclusão

Como puderam ver, o jogo é bem simples de ser produzido e praticado. Melhor ainda é o fato dele ser muito eficiente porque o acerto básico das quatro causas ou seu erro já indicará para o professor se os alunos entenderam ou não a matéria, dando tempo de se fazer já uma revisão para garantir o aprendizado ou a certeza que o conteúdo está dominado. Fora isso, o jogo em si é bem legal e o desafio estimula bastante os alunos a quererem fazer o seu melhor.

E aí? Alguma parte ficou confusa? Deixa sua dúvida nos comentários! Conhece algum professor de filosofia? Compartilha esse artigo com ele! Quer sugerir outros conteúdos para receberem uma aula diferenciada? Entra em contato comigo!

Até a próxima e tenham uma boa viagem!

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.