Reflexão sobre Rocky III: Seu Maior Adversário é Você Mesmo

Reflexão sobre Rocky III: Seu Maior Adversário é Você Mesmo

Olá, marujos! Hoje, faremos uma reflexão sobre o filme Rocky III, um clássico do cinema que tem muito a nos dizer. A reflexão focará na queda e reerguimento do Rocky, que pode ser usado para analisarmos nossa vida e as escolhas erradas que podemos tomar quando estamos muito autoconfiantes e orgulhosos de nós mesmos. Irei, antes da reflexão, falar um pouco sobre a série de filmes Rocky e a história do Rocky III. Teremos spoilers do filme, então fiquem avisados! Vamos lá!

Sobre Rocky (franquia)

Rocky é uma franquia de filmes criada e protagonizada por Silvester Stallone. Todos os filmes contam a história do boxeador Rocky Balboa (Silvester Stallone), desde a sua vida humilde na periferia da Filadélfia até o seu estrelato como campeão mundial dos pesos pesados, e, depois, da sua queda e ostracismo (com um breve retorno dos seus dias de glória).

Quem é novo, deve conhecer Silvester Stallone mais pela franquia de filmes Os Mercenários, mas o ator era um dos grandes ícones do cinema no final dos anos 70 e durante os anos 80. Sua fama surgiu exatamente com o filme Rocky, que é uma metáfora da sua vida: Stallone estava passando fome quando escreveu o roteiro de Rocky e, com muita luta, conseguiu executá-lo como ele queria, atuando no papel principal (os produtores queriam o roteiro, mas não Stallone).

O filme foi um sucesso. Recebeu várias indicações ao Oscar e ganhou como melhor filme, direção e edição. A franquia de filmes foi longa, com seis filmes principais e dois spin-offs (até o momento).

Sobre Rocky III

Rocky III – O Desafio Supremo é um filme de 1982. Como o nome sugere, ele é o terceiro filme da franquia Rocky.

No primeiro filme, Rocky Balboa, que era um lutador profissional desconhecido da Filadélfia, teve a chance de lutar contra o campeão mundial dos pesos pesados, Apollo Creed (Carl Weathers). Mesmo perdendo, Rocky aguentou os quinze assaltos e ficou famoso da noite para o dia.

No segundo filme, Rocky não soube aproveitar sua fama e o dinheiro que ganhou da primeira luta. Ele era uma pessoa muito bronca e não conseguiu sucesso na área de marketing. Sua falta de instrução também fez com que gastasse todo seu dinheiro com casa, roupas, joias e veículos. A consequência foi voltar a ficar pobre. Sua chance ressurgiu quando Apollo Creed quis uma revanche, porque a maioria das pessoas não aceitaram sua vitória por pontos como prova da superioridade de Creed contra Rocky. Rocky aceitou e, dessa vez, ganhou a luta, tornando-se o novo campeão mundial.

O terceiro filme começa com Rocky ainda famoso e campeão. Ele havia defendido seu título dez vezes e ganhado todas. Além disso, melhorou sua instrução e traquejo social, conseguindo se manter atraente para campanhas comerciais. Resumindo, Rocky era um astro dentro e fora dos ringues. Com sua fama estabelecida, ele decide se aposentar. Entretanto, ele é desafiado por Clubber Lang (Mr. T), o atual número 1 do ranking.

No começo, Rocky rejeita a luta. Depois, de tanta insistência e desaforo de Lang, Rocky aceita. Conduto, o que mais motivou Rocky a lutar foi saber que as defesas de título anteriores foram lutas mais fáceis porque, Mickey (Burgess Meredith), seu treinador, sabia que Rocky não tinha mais a mesma saúde após a segunda luta contra Apollo Creed.

Ocorre a luta e Rocky perde feio. Para piorar, seu treinador, que havia passado mal momentos antes da luta, acaba morrendo no vestiário. A moral de Rocky está destruída e quem o reergue é Apollo Creed, que o leva para treinar em Los Angeles, longe do holofote da mídia e como nos velhos tempos.

Rocky luta novamente e dessa vez ganha, provando que ainda é o melhor do mundo.

Reflexão sobre Rocky III: A Soberba do Campeão

Quando Rocky decide aceitar o desafio de Clubber Lang, ele transforma sua preparação em um espetáculo. Ele vai treinar em um ginásio cheio de fãs e imprensa. Ele fez de tudo, menos treinar de verdade. Para ter uma ideia, tinha uma orquestra tocando música, pessoas vendendo suvenires, pausas para tirar fotos com fãs e entrevistas.

Rocky estava convencido de que ele era o melhor, era insuperável. Ele foi contaminado pela soberba do campeão, o mal de achar que o simples fato de ser o melhor naquele momento faz com que, automaticamente, todos os demais sejam piores e se torne impossível que surja alguém tão bom quanto si mesmo.

Ironicamente, Rocky fez e passou exatamente pelo que fez e passou Apollo Creed. Na primeira luta (que pode ser vista no primeiro filme da franquia), Apollo era um astro fazendo um show. Ele nunca imaginaria que um desconhecido da Filadélfia poderia ganhá-lo. Por isso, estava mais preocupado em marketing do que treinar. Enquanto isso, Rocky treinava porque aquela era a sua única oportunidade de provar para o mundo e para si mesmo que ele era capaz. A consequência foi a derrota moral de Creed na primeira luta.

O problema de ser um campeão é que você perde o parâmetro do desafio. Ainda mais em um esporte individual, em que você pode organizar as competições, escolhendo com quem competir, e as regras do jogo não mudam para gerar um novo estilo de desafio.

Para nós, fica a reflexão de sempre desconfiar da sua capacidade, da sua habilidade, do seu status. Uma frase que aprendi com o empresário Flávio Augusto (sócio majoritário da Wiser Educação) é “Estabilidade não existe”. E isso é verdade. Por mais que algumas coisas possam ter mais probabilidade de se manterem do que outras, nenhuma é 100% garantida.

Isso não quer dizer que você deve se menosprezar. Não! Ao contrário, o que você precisa fazer é estar sempre buscando se superar. Quando você não tem mais desafios a conquistar, crie novos desafios. Se você não tem mais adversários a vencer, busque vencer a si mesmo, se tornando melhor do que você já é.

Isso serve tanto para sua vida pessoal quanto profissional, seja você um empregado ou um autônomo / empresário.

Esse blog, por exemplo, é fruto de um desafio que coloquei para mim mesmo. Eu já tenho conquistado alguns postos de trabalho. Agora, eu me desafiei a criar conteúdos e divulgar o meu trabalho para além da sala de aula, e com uma dinâmica muito diferente da de uma escola. Está sendo um desafio diário, com aprendizagem, decepções, esforço sem retorno… Mas isso é o caminho de todos que começam algo novo.

Reflexão sobre Rocky III: Humilde Retorno às Origens

Após a derrota vergonhosa, Rocky quer a sua revanche. Agora, as pessoas já não acreditam no potencial de Rocky, porque ele foi superado. Para piorar, seu treinador e mentor Mickey, que não queria aquela luta desde o início, morre (sendo a culpa, em certo sentido, de Rocky).

Rocky percebe que não perdeu para Clubber Lang, mas para si mesmo. Essa conclusão só ocorre com a chegada de Apollo Creed, que se oferece como treinador de Rocky para a revanche. A condição é que Rocky abandone a Filadélfia e toda aquela aura de campeão e fama que tinha para ir treinar em Los Angeles, no antigo centro de treinamento de Creed. Longe da fama, dos holofotes, da imprensa, dos fãs, Rocky volta ao estilo de treino do início da sua carreira. Ele volta a agir como aquele cara que, focado, treinou com a garra de um campeão.

Todos nós já passamos ou, muito provavelmente, iremos passar por situações de derrota em nossas vidas. Nessas horas, é muito comum apelarmos para nossas origens, relembrar quem somos e como chegamos até onde tínhamos chegado antes da derrota. Alguns resgatam a fé verdadeira e sincera em sua religião que tinham abandonado, outros voltam-se para suas famílias e amigos que tinham deixado em segundo plano. Por fim, também têm aqueles que olham para si mesmos e lembram quem eles eram antes de tudo, olham para seus passados, suas histórias de vida, seus valores, caráter. 

Muitas vezes, a derrota é necessária para lembrarmos que não somos invencíveis. O mais importante é não se deixar ficar derrotado, mas reerguer-se. Devemos entender onde erramos, para recomeçar da forma correta. Corrigindo nossos erros, recuperamos o rumo de nossas vidas e nos encaminhamos para a vitória. Todos nós podemos vencer quando superamos o nosso maior adversário: nós mesmos.

Conclusão

Todos os filmes da franquia Rocky falam de superação, de ir além dos nossos limites físicos e emocionais para alcançarmos a vitória. Rocky III também nos mostra isso, mas com o foco na necessidade de superarmos nós mesmos quando caímos no erro de acharmos que somos os melhores. De forma muito motivacional, fica essa reflexão para que você nunca esqueça que, mesmo estando no topo, sempre existe o risco de cair. Por isso, nunca se deixe contaminar pelo mal da soberba e da autoconfiança.

E aí? Quais outros ensinamentos Rocky lhe transmitiu? Deixa nos comentários! Conhece alguém que está precisando se reerguer de uma derrota? Compartilha essa reflexão sobre Rocky III com ela! Quer uma reflexão sobre os outros filmes da franquia Rocky? Entra em contato comigo pedindo!

Até a próxima e tenham uma boa viagem!

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.