Reflexão sobre Big Bang Theory: Uma Teoria "Cósmica" sobre a Empatia

Reflexão sobre Big Bang Theory: Uma Teoria “Cósmica” sobre a Empatia

Reflexão sobre Big Bang Theory: Uma Teoria “Cósmica” sobre a Empatia

Olá, marujos! Hoje vou fazer uma reflexão sobre a série Big Bang Theory. Essa é uma série essencial para qualquer nerd, porque os quatro personagens principais são nerds! Mas não é só de nerdices que vivem os nerds, então tem muito mais história nisso tudo. Eu vou focar a reflexão nos personagens Sheldon e Penny, que, na minha opinião, são os principais e ditam todo o desenrolar da série, e explicitam nas suas trajetórias aquilo que mais me chamou atenção na série: a empatia. Vamos ter alguns pequenos spoilers, então fiquem avisados. Vamos lá!

Sobre Big Bang Theory / Big Bang: A Teoria

Big Bang Theory (Big Bang: A Teoria) foi uma série do canal CBS que foi ao ar entre 2007 e 2019, com um total de doze temporadas. Atualmente, no Brasil, ela pode ser acessa pela Globo Play.

O foco da série é a amizade dos cientistas Sheldon Cooper (Jim Parsons), Leonard Hofstadter (Johnny Galecki), Howard Wolowitz (Simon Helberg) e Rajesh “Raj” Koothrappali (Kunal Nayyar). Todos trabalham juntos na Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), sendo que Sheldon e Leonard dividem o apartamento.

Todos eles são nerds. Além de gostarem muito de ciência, também gostam de ficção científica (com foco em Star Trek e Star Wars), videogame, quadrinhos e tecnologias. Descobrimos que suas nerdices vieram desde a infância, o que gerou traumas clássicos em todos eles, como a dificuldade de se relacionar com garotas e sempre serem humilhados pelos valentões da escola.

Tudo muda quando Penny (Kaley Cuoco) se muda para o apartamento ao lado de Leonard e Sheldon. Leonard fica apaixonado à primeira vista e começa a se mostrar sempre disponível para Penny, como um bom vizinho atencioso. Sheldon a princípio não liga tanto para a nova vizinha (às vezes até se irrita porque ela atrapalhava a rotina deles). Só que aos poucos Penny vai se tornando amiga do quarteto, até culminar em um romance com Leonard. Também é Penny quem apresenta a sua amiga Bernadette (Melissa Rauch) para o grupo. A última a entrar é Amy (Mayim Bialik), que se junta aos demais quando marcou um encontro com Sheldon, através de um site de relacionamentos.

Ao longo da série vamos acompanhando a vida desses sete personagens, vemos tanto as meninas se adequando e aprendendo sobre o universo nerd, quanto os meninos aprendendo sobre o mundo que existe fora do universo nerd.

Sobre a Empatia

Essa é uma palavra que vem ganhando muito destaque ao longo dos anos.

Empatia provêm do inglês empathy, que é a tradução do alemão Einfühlung, derivado do grego empátheia (que significa ‘paixão’, no sentido de ser passional, que sofre um afeto).

Podemos dizer que empatia é a tentativa de se colocar no lugar do outro. E isso pode ter um caráter sociológico ou psicológico:

No sentido sociológico, é o esforço que fazemos para entender, aceitar, compreender a cultura de outro povo ou os gostos e preferências das outras pessoas.

Já no sentido psicológico, ser empático é estar disposto a entender, aceitar e compreender a outra pessoa, o porquê de ela ser e pensar daquele jeito, ter ou não ter uma característica ou se comportar de uma determinada forma.

Como curiosidade, eu deixo aqui o sinal em LIBRAS correspondente a nossa palavra do português “empatia”. É um sinal muito significativo porque traz um simbolismo de troca, que vem do coração e vai ao coração. Ou seja, é um sinal que mostra a  preocupação em estar no lugar do outro, em ser como o outro.

Reflexão sobre Big Bang Theory: Aprendendo a “Ser” Nerd

Penny é apresentada como uma garota do interior que vai tentar a vida de atriz, só que ela não leva jeito para profissão e acaba tendo que trabalhar em um restaurante frequentado pelos meninos da série.

No começo, ela acha os meninos esquisitos, e o universo nerd e científico algo totalmente chato e desinteressante, coisa de maluco. Mas a convivência com eles vai fazendo ela tomar gosto.

Ela não vira uma nerd, mas aprende a respeitar os gostos dos meninos (tirando alguns exageros). Ela também começa a entender mais de ciência e até se empolga em começar uma faculdade.

Penny era, na adolescência, do grupo das garotas populares. Isso fez com que ela nunca enxergasse os loosers (os perdedores, o grupo dos fracassados, onde geralmente estavam os nerds). Só quando começa a conviver com os meninos é que ela entende as coisas erradas que fez na adolescência.

Até mesmo as amigas que ela faz eram loosers no ensino médio. Tanto a Bernadette quanto a Amy, que agora são cientistas , sofreram muita discriminação quando jovens porque eram CDFs (apelido dado na minha época de escola para aqueles que eram muito inteligentes nas aulas, mas não eram bons para fazer amizades e se relacionar nos grupinhos sociais da escola).

No começo da série, Penny saia com rapazes do estilo dela, que muitas vezes zoavam os meninos. Os amigos que frequentavam a casa dela também caçoavam deles. Essas atitudes começaram a incomodar muito e despertou nela um desejo de protegê-los. Isso é tão levado a sério que em um episódio os meninos a chamam para ajudá-los a recuperar uma conta de jogo que foi hackeada por um nerd metido a valentão.

Aos poucos, Penny vai abandonando seus antigos amigos, simbolizando o abandono dos antigos hábitos e vai se aproximando cada vez mais do grupo dos cientistas (tanto meninos quanto meninas).

A história da Penny representa a empatia a nível sociológico, aquela que devemos desenvolver diante de hábitos e costumes das outras pessoas. Penny aprendeu a admirar o universo nerd e o ambiente científico dos seus amigos. Mesmo ela escolhendo não viver daquele jeito, ela agora respeitava aquilo e defendia seus amigos daqueles que ainda não tinham empatia.

Reflexão sobre Big Bang Theory: Aprendendo a Ser “Gente”

Sheldon é o personagem mais polêmico da série. Ao mesmo tempo em que ele nos encanta com suas atitudes inocentes, ele também nos irrita. Na série, não é relatado que ele tenha algum problema psicológico ou distúrbio, mas é fato que ele seja superdotado. Isso é evidenciado quando várias vezes é dito que ele entrou na faculdade com 14 anos.

Sem querer fazer uma análise clínica dele (já que essa não é minha área), podemos dizer, através daquilo que é dito na série, que ele não tem um bom manejo social. Sheldon tem muita dificuldade em entender certos comportamentos e atitudes comuns das pessoas, como a ironia e o sarcasmo. Ele mesmo atribui isso à sua mente extremamente racional. Mas ele também tem dificuldade em ver que as outras pessoas têm problemas, e, por isso, parece que ele não se importa com elas. Ou seja, não é que ele conscientemente ignore os sentimentos das pessoas, sendo egoísta de propósito, mas ele age desse jeito porque não consegue perceber que os outros têm problemas tão sérios ou piores do que os dele.

Entretanto, ao longo da série, ele vai aprimorando seus sentimentos e vai desenvolvendo de forma exponencial a sua empatia, no sentido psicológico. Se no começo ele era extremamente egoísta, no final ele começa a ter atitudes altruístas.

Muito da sua melhora se deveu a Penny e as outras meninas, que não deixavam Sheldon agir do jeito que queria e volta e meia brigavam com ele ou lhe “mandavam a real”. Isso teve que vir das meninas porque os meninos tinham se acostumado com aquele jeito do Sheldon e não viam mais “salvação” para ele.

É muito prazeroso ver um Sheldon que praticamente exigiu que a Penny lhe cantasse “gatinho macio” completo e sem erros quando ele ficou doente, cantar a mesma música para ela, quando ela se machucou. E esse é só um dos exemplos, porque não tem graça ficar relatando vários aqui senão estraga alguns momentos emocionantes da série (para quem não viu).

Conclusão

Em meio a diversos papos sobre a cultura nerd e o meio científico, que inclusive nos ensina bastante coisa, vamos acompanhando pessoas. Isso que é importante entender: todos somos pessoas. E como pessoas temos gostos próprios, ideias próprias. Isso que nos torna únicos e especiais.

Uma boa sociedade é aquela em que seus habitantes desenvolvem a empatia, tanto a nível sociológico quanto psicológico. Devemos aceitar as diferenças e apoiá-las, porque isso é bom, é saudável, e nos engrandece como seres humanos!

E aí? Já conhecia a série Big Bag Theory? Quais outras reflexões você conseguiria fazer sobre ela? Deixa nos comentários! Acha que as pessoas precisam desenvolver mais empatia? Compartilha esse artigo com elas! Que sugerir outros temas para reflexões nerds? Entra em contato comigo!

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.