Albert Camus Descomplicado: Biografia e Filosofia

Albert Camus Descomplicado: Biografia e Filosofia

Olá, marujos! Hoje, falaremos sobre a vida e filosofia de Albert Camus de um jeito descomplicado. Mostraremos os principais pontos da vida desse escritor e trabalharemos de forma resumida suas principais contribuições para a filosofia. Vamos lá!

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Albert Camus Descomplicado: Biografia

Infância

Albert Camus nasceu em 07 de novembro de 1913 na cidade de Mondovi (hoje, Dréan), na Argélia. Ele é o segundo filho do casal Lucien Auguste Camus e Catherine Helena Sintes. Na época, a Argélia era colônia francesa. O pai de Albert Camus morreu quando ele tinha apenas 1 ano (em 1914), devido a um ferimento de guerra durante a Primeira Guerra Mundial.

Albert Camus e sua família vão morar com a avó e tios maternos. Um dos seus tios, Gustave Acault, acaba assumindo a figura paterna. Será através desse tio que Camus terá acesso a livros e tomará gosto pela vida intelectual.

Educação

Em 1923, com 10 anos, Camus ingressa na escola. Sua inteligência desperta o interesse de seu professor Louis Germain. Vendo o potencial de Camus, Germain lhe concede aulas gratuitas e lhe arranja uma bolsa de estudos para uma escola melhor no ano seguinte. Esse movimento não foi bem aceito pela avó, a qual queria que Camus começasse a trabalhar logo.

Em 1930, com 17 anos, Camus ingressa na faculdade e tem suas primeiras aulas de filosofia. No mesmo ano, ele é diagnosticado com tuberculose e precisará se afastar da faculdade para o tratamento. Já curado, ele retoma seus estudos, mas apenas por meio período.

Ele é encorajado por seu professor de filosofia Jean Grenier a seguir a vocação de escritor. Camus se forma em 1936, com 23 anos em Filosofia. Durante esses seis anos, ele já havia escrito alguns textos.

Início da Vida Pública

Camus chegou a se casar em 1934 com Simone Hié. Porém, o relacionamento não deu muito certo devido a diversas traições de sua mulher. Eles se separaram oficialmente em 1940, para Camus se casar com Francine Faure.

Albert Camus se envolveu com alguns partidos políticos na Argélia. Camus acreditava que o tratamento dado aos argelinos deveria ser igual, e não se fazer distinção entre quem era cidadão francês e quem era de outras regiões ou já estavam na Argélia antes do domínio da França. Camus acaba expulso do partido político ao qual estava filiado quando ele discorda da postura mais radical do partido.

Em 1938, com 25 anos, ele começa a trabalhar como redator do jornal de esquerda Alger républicain. Em 1940, o jornal é proibido e ele viaja para a França. Lá, ele trabalha em outros jornais e tem contato com os intelectuais franceses da época, como Sartre e Simone de Beauvoir.

Devido a sua tuberculose, Camus não pode se alistar na Segunda Guerra Mundial e teve que se mudar algumas vezes para tratar da sua saúde. Ele sempre se posicionou contra o fascismo e o nazismo, incentivando os movimentos de resistência à ocupação alemã na França durante a guerra.

Período de Reconhecimento

Após a guerra, em 1945, com 32 anos, Camus se estabeleceu em Paris e teve dois filhos gêmeos. Nessa época, ele já gozava de certa fama.

Camus teceu críticas à esquerda radical e às estratégias de combate utilizadas pelos argelinos durante sua guerra de independência. Ele era considerado um esquerdista moderado. Camus também defendia uma federalização da Europa e era contra a independência da Argélia (apesar de criticar as práticas neocolonialistas francesas). Sua posição política equilibrada o fez ser criticado pelos dois lados políticos, tanto os de direita quanto os de esquerda. Sua opinião sobre a Argélia o fez ser criticado tanto pelos os pró-independência quanto pelos contra.

Camus também organizou e publicou postumamente as obras da filósofa Simone Weil, figura que ele admirava.

Durante esse período, Camus passou por alguns problemas familiares. Sua esposa teve um colapso mental após vir à público algumas traições de Camus. Ele acabou se recolhendo da vida pública por um tempo para cuidar de sua família.

Em 1957, com 44 anos, ele recebeu o prêmio Nobel de literatura. Ele usou o dinheiro do prêmio para fazer uma adaptação teatral do livro Demônios de Dostoievski (que foi bem-sucedida) e também comprar uma casa no interior da França.

Morte

Camus morreu em 04 de janeiro de 1960, com 46 anos, em um acidente de carro em Villeblevin, França.

Ele estava como carona, indo de sua casa para Paris. O carro perdeu a direção e bateu. A investigação concluiu que um pneu estourou enquanto o motorista dirigia em alta velocidade.

Ele foi enterrado no cemitério de Lourmarin, local em que morava.

Albert Camus Descomplicado: Filosofia

Camus era um escritor, e não um filósofo. Por isso, suas reflexões não se dão em livros teóricos, mas em romances, ensaios e peças.

Os comentadores de Albert Camus costumam dividir suas obras em ciclos, combinando por temas e épocas de escrita.

Absurdo

Para Camus, a vida é um absurdo quando se entende que nossa existência é contingente (ou seja, ao acaso) e não existe nenhuma racionalidade no mundo em que vivemos. Obviamente, Camus rejeitava a figura de Deus e as religiões (apesar de não se declarar ateu).

A maior absurdo de todos era o paradoxo de nós apreciarmos à vida ao mesmo tempo em que sabemos que ela é finita. O outro absurdo estava no fato de querermos a felicidade sabendo que ela é sempre transitória.

A ideia do filósofo não era o pessimismo. Ao contrário, a compreensão do absurdo deveria fazer com que os seres humanos valorizassem ainda mais os momentos de felicidade e o tempo de vida.

Suicídio

Se a vida é um absurdo, qual o sentido em continuar nela? Camus vai argumentar que a resposta não é o suicídio, porque a escolha pelo suicídio indica uma fuga.

Para o filósofo, o indivíduo que aceita o absurdo da realidade, rejeita qualquer fuga. Ele aceita viver a vida como ela é.

A pessoa que não aceita o absurdo da vida escolhe a fuga da realidade pela ilusão, religião ou morte. A fuga pela morte é o suicídio.

O sentido para viver nessa vida-absurdo deve ser criado pelo próprio indivíduo, através de suas decisões e interpretações da realidade em que vive.

Revolta

Ao tomar consciência que a vida é absurdo, o ser humano naturalmente se revolta. A revolta é a forma como o ser humano enfrenta o absurdo.

O ato de se revoltar é a prova de que existimos, faz parte da nossa condição humana. Em suas palavras: “Eu me revolto, portanto existo”.

Camus vai fazer uma distinção entre a rebelião metafísica e a rebelião histórica. A rebelião metafísica é a revolta do ser humano contra a sua condição humana e a sua criação (ou seja, a forma como a vida existe). Já a rebelião histórica é a tentativa de materialização da rebelião metafísica (em outras palavras, a tentativa de colocar na prática os anseios teóricos).

Para o filósofo, o ser humano deve se revoltar com todas as formas de opressão, injustiça e desrespeito ao ser humano.

Política

Camus acreditava que a moral deveria guiar as ações política. Conduto, entendia que essa moral não era absoluta, mas mudava com o tempo. A moral defendida pelo filósofo era aquela que respeitava a humanidade.

Desta forma, ele era contra o pensamento maquiavélico de que “os fins justificam os meios”. Não se poderia fazer de tudo para atingir certos objetivos políticos.

Ele também era contra qualquer forma de totalitarismo, seja de direita ou de esquerda. Por esse motivo, Camus era inclinado ao anarquismo.

Albert Camus Descomplicado: Principais Obras

Albert Camus Descomplicado: Conclusão

Albert Camus é um daqueles escritores que fazem filosofia através de suas obras artísticas. Ele não é um dos mais famosos filósofos, mas suas contribuições são importantes para o pensamento da humanidade. Sartre o considerava um “humanista teimoso” por Camus, apesar do absurdo da vida, nunca desistir de acreditar no ser humano.

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Albert Camus Descomplicado: Referências

WIKIPÉDIA. Albert Camus (inglês, francês, croata)

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.