Olá, marujos! Hoje, faremos uma reflexão sobre o filme Ron Bugado. Nessa animação, vemos um garoto ganhando um “melhor amigo robô” defeituoso. Por causa disso, o robô faz um monte de coisas que sua programação original não deveria deixá-lo fazer, o que o deixa bem louco e divertido, mas também coloca todos os robôs da linha em risco. A empresa quer corrigir a programação do robô defeituoso reiniciando-o, mas o menino não quer perder o seu amigo e luta contra isso. Na reflexão, trabalharei a questão da amizade e da necessidade de diversão off-line. Teremos spoilers do filme. Vamos lá!
Sobre o filme (COM Spoilers)
Ron Bugado é um filme de animação de 2021. Ele teve uma estreia tímida nos cinemas por causa da pandemia de COVID-19. Atualmente, está disponível na plataforma de streaming Disney+.
A empresa de tecnologia Bubble cria o robô B-bot para ajudar as crianças a fazerem amigos. Através de um super algoritmo criado pelo Diretor executivo Marc, os B-bots sabem o que as crianças gostam e se adaptam aos seus gostos. A proposta funciona e agora todas as crianças tem um B-bot, menos Barney – que se sente o estranho.
No aniversário de Barney, depois de uma festa fracassada, seu pai e avó lhe dão um B-bot. Mas esse robozinho estava com defeito porque caíra do caminhão e estava com suas configurações “bugadas”.
Por causa dos bugs, o B-bot – batizado de Ron – começa a agir diferentemente de sua programação, tendo atitudes esquisitas e que causam situações engraçadas. Para piorar, sua falha de sistema ainda foi compartilhada com outros B-bots da escola de Barney, fazendo com que todos os robôs desobedecessem aos protocolos de segurança da empresa Bubble. Isso foi ótimo para as crianças, mas terrível para os pais – que exigiram providências da fabricante.
Marc gosta desse estilo autônomo dos B-bots, mas seu sócio Andrew não. Por isso, Andrew demite Marc e assume a diretoria, com o objetivo de reiniciar Ron e acabar com o bug.
Descobre-se que Andrew não estava de fato pensando em criar um robô amigo das crianças, mas sim interessado em espionar as ações das crianças através dos robôs e, com isso, vender uma série de produtos para elas baseados nos gostos individuais das crianças.
Barney e Marc decidem espalhar o código de Ron na rede interna da empresa Bubble e, assim, fazer com que todos os B-bots do mundo tenham esse jeitinho único de Ron – com uma personalidade mais autônoma e não uma personalidade subserviente aos desejos das crianças. Porém, para isso, Ron precisaria deixar de existir…
Barney e Ron aceitam o sacrifício porque entendem que isso será o melhor para todos.
Passa-se um tempo, todos agora possuem robôs “defeituosos”. Isso ajudou as crianças a interagirem mais e melhor entre si e com seus B-bots. Barney não tem mais um B-bot, mas conseguiu fazer amizades e se socializar com seus colegas de turma.
Se você quer ver essa história em detalhes, com todas as trapalhadas ocasionadas pelo robô defeituoso, veja Ron Bugado na Disney+.
Reflexão sobre Ron Bugado: Erro na Programação
Marc, o diretor executivo da empresa Bubble (fabricante dos B-bots), explica que criou o algoritmo da amizade dos robôs com o objetivo de não deixar nenhuma criança sem um amigo.
Marc sabia o quanto é ruim uma criança não ter nenhum amigo que simpatize com seus gostos e, por isso, acaba sendo isolada. Dessa forma, ele acreditava achar a solução para esse problema proporcionando um amigo tecnológico que teria gostos semelhantes aos da criança.
Assim, nenhuma criança ficaria sem amigos, mesmo que ela tivesse gostos bem peculiares, porque o seu B-bot também gostaria das mesmas coisas que ela.
O que Marc não esperava é que as crianças, tendo agora um amigo que gosta de tudo o que ela gosta e que faz tudo o que ela pede, não iria mais querer se relacionar com as outras crianças.
Reflexão sobre Ron Bugado: A Verdadeira Amizade
Em um primeiro momento, Barney se irritava com Ron por este não agir da forma que aquele queria. Barney estava acostumado a ver todos os B-bots correspondendo às vontades das crianças, mas o seu não agia assim e isso o deixava frustrado e incomodado. Depois, ele acabou entendendo que Ron tinha uma personalidade própria, dele mesmo, e que precisava ser respeitada.
A primeira mensagem que o filme quer passar é: amizade não é ser tudo o que o outro quer que você seja, é ser quem você é entendendo e respeitando quem é o outro.
É muito cômodo ser amigo ou gostar da amizade de quem concorda em tudo com a gente. Porém, esse não deve ser o critério para fazermos ou mantermos uma amizade.
Muitas vezes, é preciso que o amigo discorde da gente e nos chame a atenção para algo de errado que estamos fazendo ou para olharmos outras possibilidades de ação que não estamos enxergando.
Quanto mais diversificado é o nosso campo de amizade, mais contato com a variedade do mundo conseguimos ter, e mais possibilidades de existência e experiência conseguimos conquistar.
Pode até ser um desafio – no começo – conviver com alguém que pensa e age muito diferente da gente, mas é preciso superar essa primeira barreira para conseguirmos aproveitar tudo o que uma amizade pode nos proporcionar.
A segunda mensagem do filme é: uma amizade verdadeira deve ser desinteressada, ou seja, sem interesses além da vontade em si de querer estar do lado do amigo e compartilhar uma história com ele.
Existia, na programação original dos B-bots (colocada secretamente pelo sócio Andrew) um interesse de vender produtos para as crianças. Dessa forma, os B-bots precisavam ser bem “obedientes” para não contrariarem as crianças ao mesmo tempo que conseguiriam convencê-las a comprar os produtos oferecidos. Sendo assim, não existia uma relação sincera entre criança e robô por parte dos robôs. Eles não estavam agindo de forma desinteressada, por si mesmos.
Com Ron, tudo é diferente porque sua programação estava bugada. Por causa do bug, Ron podia ser “livre” e ter sua própria personalidade. Ele não precisava agradar a Barney para lhe vender nada e, dessa forma, todas as suas ações eram sinceras e desinteressadas. Isso fazia Ron ser único.
Nossas amizades só são sinceras como estamos próximos das outras pessoas porque queremos estar próximos a elas, independentemente de tudo. Precisamos querer estar com o outro simplesmente por querermos estar com o outro.
Reflexão sobre Ron Bugado: A Diversão Off-line é tão Legal quanto a On-line
As novas gerações, que já nascem no mundo conectado da internet e da tecnologia, podem ter dificuldades em pensar como é uma vida sem elas. Mas ela existe!
No filme, vemos que as crianças passam mais tempo com seus amigos tecnológicos do que com as outras crianças. Vemos que eles interagem mais on-line do que off-line. E esse é um problema da atualidade.
Não é para demonizar a internet e a tecnologia, mas é importante manter vivo o mundo das brincadeiras e jogos off-line, é preciso fazer e manter conexões com amigos e familiares fora do mundo virtual.
O contato físico e próximo com outros seres humanos é de extrema importância para nossa espécie e precisamos manter isso vivo e atuante.
O mundo tecnológico e virtual pode ser mais prático ou fácil às vezes devido a vários fatores que simplificam as coisas. Mas não é porque é mais simples que é melhor.
Precisamos saber conciliar esses universos. E a dica é saber o momento de cada coisa.
Em momentos que a proximidade é facilitada, como na escola ou em uma festa, devemos priorizar o contato físico. Quando estamos em um momento isolado, tipo em casa a noite, aí podemos recorrer às interações virtuais.
Que possamos aproveitar ao máximo as interações físicas porque a pandemia de COVID-19 nos mostrou o quanto isso é importante para nossa saúde mental.
Conclusão
Ron Bugado é um filme bem divertido e para toda a família. Serve para que aprendamos (ou lembremos) da importância de uma verdadeira amizade e do equilíbrio entre a vida conectada e a desconectada. Que saibamos ter nossa própria personalidade e respeitar a personalidade dos nossos amigos, tanto nos momentos on-line quanto off-line.
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Até a próxima e tenham uma boa viagem!
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