Reflexão sobre Wish – O Poder dos Desejos

Olá, marujos! Hoje, faremos uma reflexão sobre o filme Wish – O Poder dos Desejos. Nessa animação Disney, uma jovem luta para conseguir realizar o desejo do seu avô. Na reflexão, mostrarei toda a importância dos desejos e como é necessário que nós mesmos lutemos para realizá-los. Teremos spoilers do filme. Vamos lá!

Sobre o Filme (COM Spoilers)

Wish – O Poder dos Desejos é uma animação da Disney lançada em 2023. Ela serviu como um marco comemorativo dos 100 anos da Disney, trazendo várias referências ao universo criado pela casa do Mickey durante esse século e também trabalhando dois temas muito presente na Disney: a magia e o desejo. Atualmente, está disponível na Disney+.

O reino de Rosas foi fundado por um feiticeiro chamado Magnífico e sua esposa Amaya. Esse é um reino próspero e feliz, onde todos os seus moradores maiores de idade entregam seus maiores desejos para serem protegidos pelo rei. Curiosamente, as pessoas esquecem seus desejos assim que lhes entregam ao monarca. De tempos em tempos, o rei Magnífico realiza uma cerimônia em que realiza alguns desses desejos e esse é o momento de maior expectativa da população.

A jovem Asha, com seus ainda 17 anos, está tentando a vaga de aprendiz do rei. Além dela amar aquilo que Magnífico faz, também busca convencer o rei a realizar o desejo de seu avô, o qual ela descobre ser “inspirar a próxima geração”.

Infelizmente, ela descobre que o rei nunca realizará esse desejo porque ele o considera perigoso e impreciso (já que não está claro o que significa inspirar uma geração nem se pode mensurar as consequências disso). Nessa hora, Asha percebe que o monarca, na verdade, é um tirano, que controla todos os desejos e decide por conta própria quais ele considera digno e justificável de realizar.

Por conta disso, Asha resolve libertar todos os desejos “aprisionados” por Magnífico, devolvendo-os à população. Mas o rei não quer isso, porque ele se considera o único digno de mensurar corretamente quais desejos merecem ou não ser realizados pelo bem maior (segundo ele, obviamente).

Agora, surge uma disputa entre o Rei e a Aprendiz. Será que Asha conseguirá seu objetivo ou Magnífico continuará tendo o poder sobre os desejos de todas as pessoas? Descubra vendo Wish – O Poder dos Desejos na Disney+.

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Reflexão sobre Wish – O Poder dos Desejos: A Importância dos Desejos

Os Desejos são as Melhores Partes do Coração

Em vários momentos do filme, é dito que “os desejos são as melhores partes do coração”. Essa frase é essencial para entendermos a importância dos desejos para nós.

Nós, devido nossa condição humana, somos seres falíveis. Não somos perfeitos. Somos seres cinzas, com lados bons e maus, qualidades e defeitos, atitudes nobres e atitudes vis. Sendo assim, podemos manifestar em nossas ações e comportamentos tanto coisas positivas quanto negativas. As pessoas podem nos enxergar como alguém bom ou mau. Qual seria o nosso verdadeiro lado? Podemos não saber, mas, segundo o filme, os nossos desejos refletem o nosso melhor lado, aquilo que temos de melhor a oferecer para nós mesmos, para a humanidade, para a totalidade do universo.

Você já pensou em qual é o seu maior desejo? Se nunca parou para pensar isso, pare agora e pense. É uma ótima forma de se conhecer e, já adianto, não é necessariamente uma resposta fácil.

Eu mesmo tenho em minha cabeça várias coisas que seriam o meu maior desejo, mas acho que todas podem se resumir em “dar orgulho às pessoas que me amam”. Eu sinto que tudo o que busco fazer tem, em última análise, o propósito de atingir esse desejo: ser um bom marido, um bom filho, um bom professor, um bom cristão, um bom cidadão e tudo o que faço para alcançar esse “bom alguma coisa” no fundo são modos de agir que buscam dar orgulho às pessoas que me amam.

Você pode até pensar que está errado eu viver me preocupando em atender as expectativas de outras pessoas, mas não pode negar que, ao fazer tudo o que faço para alcançar esse desejo, revelo tudo aquilo de melhor que posso fazer (já que as piores partes do meu coração não dariam orgulho a ninguém).

Assim também é com os personagens do filme: o avô queria inspirar novas gerações (ou seja, garantir que as novas gerações lutassem por seus ideais), uma senhora da vila queria ser a melhor costureira (para fazer as melhores roupas para as demais pessoas, para deixá-las bem vestidas), o amigo de Asha queria ser um grande soldado (para proteger quem amava). Todos os desejos mais íntimos de nós são coisas que melhoram a humanidade como um todo.

Quem olha de fora, pode até achar que o desejo delas é egoísta e superficial: o avô queria ser famoso, a costureira rica e o soldado forte. Mas se essas coisas acontecessem, não era o objetivo do desejo, era uma consequência inesperada ou acidental.

Assim também devemos pensar sobre o desejo das demais pessoas: busque compreender a essência desse desejo, busque compreender tudo o que está por trás dele e o resultado que ele pode proporcionar ao mundo. Agindo assim, você verá que realmente “os desejos são as melhores partes do coração”.

Quando Nossos Desejos Morrem, Também Morremos

No filme, teve um momento em que o rei Magnífico começou a absorver os desejos das pessoas para ficar mais forte. Mas ao fazer isso, os desejos morriam e as pessoas que tinham aquele desejo entravam em um estado de depressão.

Essa metáfora serve para nos mostrar que quando nossos desejos morrem, perdemos nossas forças, sentimos tristeza e vazio. Isso ocorre porque o sentido de nossa vida acaba.

Os desejos são as forças que nos propulsionam a viver. Sem eles, desaceleramos até a morte (seja interior ou até mesmo exterior). Precisamos de desejos para continuarmos vivos!

É muito comum pensar que os desejos, após se tornarem realidade, perdem seu sentido motivacional. Mas se observarmos bem, o nosso desejo mais íntimo nunca tem fim porque ele exige por si só continuidade.

No meu exemplo, nunca pararei de fazer o melhor que puder nos meus papeis sociais porque se eu parar, sentirei que naquele momento decepcionei as pessoas que me amam. O vovô do filme nunca parará de inspirar as pessoas porque ele nunca saberá quando alcançou seu objetivo com determinada geração e sempre chegará uma geração nova para ele inspirar. A costureira sempre buscará se reinventar testando novos cortes e materiais, e sempre existirá alguém que não possui ainda suas roupas para ela poder fazê-las. O soldado nunca achará que fez o bastante pelo seu povo, ele sempre buscará estar pronto para proteger as pessoas, estando de serviço, de folga ou até mesmo aposentado – ele sempre estará a postos para seu país.

Dessa forma, percebemos como os desejos verdadeiros de nosso coração são nossos motivadores. E, caso acharmos que eles perderam o seu sentido (ninguém me ama, nenhuma nova geração presta, ninguém curte meus vestidos, ninguém liga para minha proteção), também perdemos o sentido de nossa vida.

Por isso, nunca se deixe desaminar, nunca acredite que não é possível ou que ninguém dá valor ao que você está fazendo. Sempre existirá alguém que valorizará nossos esforços, é só saber procurar.

Não deixe seu desejo morrer. Se você sentir que alcançou o máximo do seu desejo, reveja se não ficou nada faltando ou se você de fato entendeu qual é o seu maior desejo. Porque, sem desejos, não temos força e motivação para nada.

Reflexão sobre Wish – O Poder dos Desejos: O Seu Desejo é Seu!

Cuide e Realize o Seu Desejo!

Será que é certo esquecer nossos desejos, mesmo que eles possam nos “angustiar” por ser difícil realizá-los? O filme nos mostra que esse caminho fácil não é o certo. A atitude dos moradores do Reino das Rosas me lembrou muito o ato de má-fé sartreano: você deposita em outrem a responsabilidade sobre algo que deveria ser sua.

Não é que os moradores de Rosas eram ruins ou covardes. Mas eles não perceberam o equívoco que estavam cometendo ao entregarem seus desejos ao rei, para que ele cuidasse e realize os desejos em um momento oportuno. Isso não está certo! Quem tem que cuidar dos nossos desejos somos nós mesmos! Quem tem que lutar para realizar nossos desejos somos nós mesmos! Não podemos delegar a outra pessoa, ser divino ou instituição social essa responsabilidade!

É óbvio que nossos desejos nos angustiam porque temos medo de fracassar e eles sempre nos parecem inalcançáveis. Mas isso não pode ser desculpa para fugirmos dessa responsabilidade. Precisamos nós mesmos lutar por nossos desejos.

Não Cuide nem Realize o Desejos dos Outros!

Outro ponto importante é a oposição entre o Rei Magnífico e Asha, e como isso pode nos mostrar como agir diante dos desejos de outras pessoas.

O rei achava que era responsabilidade dele cuidar dos desejos dos outros e realizá-los. Isso o corrompeu e o tornou um tirano orgulhoso. Ele nos serve de exemplo negativo, ou seja, que não deve ser imitado.

Não podemos assumir a responsabilidade pelos desejos dos outros. Não podemos querer realizar os desejos dos outros, lutar pelos desejos dos outros. Isso não fará bem para a outra pessoa e nem para nós mesmos. Com o tempo, nós nos acharemos melhor que os outros já que assumimos a responsabilidade pelos desejos deles. Seremos o tipo de pessoa que joga na cara quando faz algo por alguém. Esqueçamos esse papel.

Nós devemos ser como Asha, que se torna uma fada madrinha. Nós podemos ajudar as demais pessoas a realizarem seus desejos, servindo de inspiração, de apoio, de socorro. Mas nunca tirando o protagonismo da pessoa em si.

Se lembrarmos da fada madrinha do filme Cinderela, ela apenas deu as condições para Cinderela chegar dignamente ao baile, mas toda a relação com o príncipe foi conquista da futura princesa. Coisa semelhante acontece com a fada madrinha do filme Pinóquio: ela, inicialmente, dá vida ao boneco e, no final, o transforma em humano. Porém, quem teve todas as atitudes, agiu, se comportou e tomou as decisões foi Pinóquio e não a fada madrinha.

No filme Wish – O Poder dos Desejos, Asha não realizou o desejo de ninguém, mas libertou esses desejos para que cada pessoa pudesse pegá-los novamente e realizasse-os. Da mesma forma, serviu de inspiração para que as pessoas voltassem a se motivar a realizar por conta própria seus desejos.

Como professor, vejo muitos desejos de alunos e tento ajudá-los a realizá-los. Mas não posso fazer as coisas por eles, não posso dar para eles a solução, apenas mostrar o caminho e incentivá-los a não desistir. Da mesma forma, não posso me sentir culpado se eles não quiseram aproveitar as oportunidades. Tenho que aceitar ter sido escolha deles.

Sendo assim, faça sua parte a respeito do desejo dos outros servindo de fada madrinha para eles e não assumindo para si essa responsabilidade.

Reflexão sobre Wish – O Poder dos Desejos: Conclusão

Um elemento presente durante todo o filme Wish – O Poder dos Desejos e que não foi citado até o momento é a estrela. Existe esse costume de se fazer um pedido para estrelas cadentes, que elas realizem nossos desejos. Que possamos nos inspirar no seu brilho para também fazer brilhar dentro de nós a vontade de realizar nossos desejos. Que possamos nos inspirar no seu trajeto veloz para sairmos do imobilismo e corrermos atrás de realizar nossos desejos.

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Até a próxima e tenham uma boa viagem!

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.