Reflexão sobre Aquaman 2: Liderança e Meio Ambiente

Olá, marujos! Hoje, farei uma reflexão sobre Aquaman 2: O Reino Perdido. Nesse filme, o Aquaman precisa lidar com humanos que estão destruindo o meio ambiente na tentativa de explorar as riquezas de Atlântida. Na reflexão, falo sobre as dificuldades em ser um líder e dos perigos ao meio ambiente causados pela utilização de combustíveis poluentes. Não teremos spoilers do filme! Vamos lá!

Sobre o Filme

Aquaman 2: O Reino Perdido é um filme de superaventura de 2023 ambientado no antigo universo cinematográfico da DC (porque haverá uma reformulação a partir de 2024/2025). Atualmente, ele está disponível na MAX (antiga HBO Max).

Quatro anos após os acontecimentos do primeiro filme, Aquaman (Jason Momoa) agora é o líder do povo atlante. Porém, ele acha a função enfadonha porque é cheia de reuniões e cerimônias.

As coisas mudam quando depósitos atlantes são atacados por uma força bélica desconhecida, que utiliza armas atlantes antigas, a qual rouba um estoque de Oricalco. Oricalco seria um combustível usado no passado pelos atlantes, mas abandonado porque fazia mal para o meio ambiente.

Para localizar onde seria o quartel general dessa força bélica, Aquaman decide soltar seu irmão Orm Marius (Patrick Wilson). Agora, os dois precisam trabalhar juntos para conter esse ataque a Atlântida e ao planeta.

Será que os dois irmãos conseguirão superar as diferenças para alcançar o objetivo? Será que eles conseguirão parar os vilões antes que eles façam ainda mais mal ao meio ambiente e ao povo atlante? Descubra, vendo Aquaman 2: O Reino Perdido na MAX.

Reflexão sobre Aquaman 2: Ser Líder não é Legal!

Se lembrarmos do primeiro filme do Aquaman, recordaremos que Arthur Curry só aceita ir para Atlântida e, posteriormente, se tornar rei porque era a única forma de parar Orm e seu ataque à superfície. Ou seja, Arthur não queria ser rei!

A contragosto, Arthur agora é o líder atlante e está cansado da vida burocrática que leva. É por isso que ele fica tão empolgado quando surge uma situação que lhe obriga a sair do palácio para encontrar e neutralizar forças inimigas.

A percepção clara que temos da falta de vontade do Aquaman em ser rei reflete o fato de que não existe glamour em cargos de liderança. Não é legal ser líder de nada.

Cargos de liderança vêm cheios de cobranças, exigências, limitações, aborrecimentos e várias outras coisas ruins que você pode pensar. Ser líder é colocar um alvo na sua testa para que todos te apontem como o culpado se qualquer coisa sair errado.

Mas você pode pensar: “e os benefícios?”. Os benefícios podem até ser bons em um primeiro momento, mas, com certeza, perderão sua vantagem, seu brilho, com o tempo.

Festas de gala são legais quando você não costuma ir em festas, mas deixarão de ser legais quando você for obrigado a ir em várias delas em vez de poder ficar descansando. Conhecer pessoas importantes é legal quando você não as conhece, mas deixará de ser legal quando você tiver que reencontrar constantemente aquela mesma pessoa ao longo da sua liderança. Os salários e regalias do cargo são muito bons no começo, mas depois que você não tiver onde e como gastar o dinheiro ou aproveitar as regalias, do que adiantará tudo?

Exemplo da Escola

Na escola pública, vejo dois cargos de liderança que mais sofrem do que são beneficiados: o cargo de direção e de representante de turma.

A direção praticamente não tem hora de trabalho. Mesmo cumprindo sua carga horária de 40 horas semanais, precisa atender chamados da SEEDUC ou da escola em qualquer momento de necessidade, incluindo noites e fins de semana. Qualquer problema na escola, a direção tem que ir resolver. Os funcionários reclamam da SEEDUC com a direção, a SEEDUC cobra os funcionários pela direção e a direção fica nesse meio de campo sem ter muito como ajudar nenhum dos lados. A gratificação financeira pelo cargo nem chega ao valor das horas extras trabalhadas.

Então porque aceitou/se candidatou? Porque a direção sempre vê uma oportunidade de fazer a diferença na escola, seja para os alunos, funcionários ou comunidade. O vínculo da direção com aquele ambiente desperta nela um desejo de querer contribuir um pouco mais, buscando ajudar dentro das suas possibilidades. Ela até consegue isso, mas sofre muito mais do que esperava e os benefícios dificilmente compensam todo o estresse. Inclusive, já vi muita gente na direção desenvolvendo problemas de saúde decorrente dos problemas no cargo…

Os representantes de turma costumam ser os alunos dedicados ou os populares. Em ambos os casos, acabam se arrependendo da candidatura. A escola cobra a turma por meios dos seus representantes, que precisam levar as demandas para a turma e resolver os problemas. A turma reclama dos problemas da escola com o representante, que não tem muito o que fazer a não ser levar a demanda para a escola. Tudo de errado na turma vira reclamação no ouvido do representante, tudo de errado na escola vira reclamação no ouvido do representante, e o representante não tem poder nem de mudar a escola nem mudar a turma…

Então porque aceitou/se candidatou? Os alunos populares acham que vai ser algo divertido, cheio de benefícios e vantagens e se arrependem quando veem que não tem nada disso. Os alunos dedicados acham que poderão contribuir com a melhoria da turma ou são “empurrados” pelos alunos a aceitarem e acabam cedendo. No final, tanto um grupo quanto o outro só reclamam da função e a veem mais como um peso.

Tenha Pena dos seus (Bons) Líderes

Quem aceita a liderança já com um objetivo claro de se beneficiar com essa liderança não vai sofrer tanto porque vai ignorar suas obrigações morais (que é exatamente o que desgasta um bom líder).

Tirando exceções, especialmente na política brasileira, os líderes que temos mais sofrem do que se beneficiam pela sua posição. A maioria deles acaba encarando a função mais como missão / propósito de vida para justificar suas escolhas do que outra coisa.

Como diz fala clichê – “um bom líder não quer ser líder” – e isso é verdade. Quem normalmente aceita liderança faz isso porque quer contribuir de alguma forma com o grupo ou porque via na liderança a única oportunidade de melhorar um pouco de vida (mas que recusaria se pudesse melhorar de outra forma).

Por isso, se você tem um líder que te ouve, que está disposto a ajudar seu grupo, tenha pena dele e não crie mais problemas do que ele já tem. Não o enxergue como um funcionário seu ou como um inimigo seu. Enxergue-o como alguém que sofre até mais do que você.

Reflexão sobre Aquaman 2: Já Passou da Hora da Mudança Energética!

O pano de fundo do filme envolve o uso de um antigo combustível atlante chamado oricalco. Na mitologia do filme, esse era um combustível que estava destruindo o meio ambiente, aumentando a temperatura planetária, causando condições climáticas extremas e acidificação dos oceanos, por emitir grandes quantidades de gases causadores do efeito estufa.

Os atlantes pararam de usá-lo, mas seu uso acabou sendo retomado pelos vilões, que não estavam preocupados com o meio ambiente e só queriam atingir seus objetivos.

Na vida real, podemos perceber o paralelo do oricalco com o petróleo. Estamos conscientes que a queima do petróleo deve ser interrompida pelo bem do meio ambiente, mas isso não é concretizado porque grandes empresas e governos possuem mais interesse nos lucros ou manutenção dos padrões de vida do que salvar o planeta.

Atualmente, já temos diversas soluções energéticas para substituir ou, ao menos, diminuir o uso do petróleo. Porém, existe uma grande resistência à mudança porque ninguém que investir tempo e dinheiro nisso. Prefere-se manter o status quo atual e se despreocupar com o futuro.

Contudo, o que não se percebe (ou fingem não perceber), é que as mudanças climáticas já estão ocorrendo de forma acelerada. Os problemas ambientais já estão afetando nossa vida agora.

Se, antes, existia uma previsão que as coisas ficariam ruins daqui a umas décadas, já podemos ver que esse momento chegou no presente; que os impactos que antes demoravam dezenas de anos agora ocorrem em um ou dois anos.

O ritmo acelerado de destruição causado pelo oricalco no filme é uma metáfora para o ritmo acelerado de destruição ambiental causado pela queima de combustíveis fósseis. Não temos mais tanto tempo quanto achávamos…

É preciso coragem para desacelerar a economia e o “progresso” para implementarmos meios sustentáveis de retomar o progresso sem chegarmos ao fim da vida terrestre.

Conclusão

Aquaman 2: O Reino Perdido é um filme divertido, que nos leva a pensar o quanto é sofrido ser um líder e o quanto precisamos mudar logo nossa matriz energética. Com relação aos líderes, parabéns se você aceitou essa posição; e não seja mais um problema, se você não aceitou esse cargo. Com relação à matriz energética, perseverança se você é alguém que luta a favor da transformação; e mude seus conceitos urgentemente, se você ainda não entendeu que o problema é sério.

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Até a próxima e tenham uma boa viagem!

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.