Reflexão sobre Ted Lasso: Boa Vontade, Autoestima e Perseverança

Reflexão sobre Ted Lasso: Boa Vontade, Autoestima e Perseverança

Olá, marujos! Hoje, faremos uma reflexão sobre a série Ted Lasso. Nela, acompanhamos um treinador de futebol americano que aceita o desafio de treinar um time de futebol (soccer) da série A do campeonato inglês que não está indo bem no torneio. Na reflexão, foco nas características do técnico Lasso que foram fundamentais para o seu bom trabalho e que são fundamentais para bons líderes. Teremos spoilers da série. Vamos lá!

Sobre a Série (COM Spoilers)

Ted Lasso é uma série de comédia americana ambientada no Reino Unido. Ela conta com três temporadas, está completa (até o momento, porque existem rumores de um retorno da produção) e é transmita pelo streaming Apple TV+.

Ted Lasso (Jason Sudeikis) era um técnico de futebol americano universitário que “viralizou” nas redes sociais pelo seu jeito cativante de apoiar e incentivar seus comandados. Por causa disso, ele recebe um convite de Rebecca Welton (Hannah Waddingham) para treinar o AFC Richmond, time do qual é dona. O problema é que esse é um time de futebol (aquele que estamos acostumados, jogado com os pés) e que está na série A da disputadíssima liga inglesa.

Ted aceita o desafio porque está com problemas no seu casamento e acha que a distância vai ajudar a melhorar a relação. O que ele não sabe é que sua contratação na verdade é um plano de sabotagem de Rebecca ao time. Isso porque, originalmente, o time pertencia ao seu ex-marido Rupert. Rebecca quer, na verdade, humilhar e afundar de vez o time para se vingar.

Como esperado, o começo é muito difícil para Lasso. Além de ele ter que lidar com um esporte totalmente diferente daquele que estava acostumado a trabalhar, ele ainda enfrenta a desconfiança e rejeição da torcida e dos jogadores, que não acreditam no seu potencial.

Será que Ted Lasso terá sucesso na sua empreitada ou a pressão será tão grande que ele desistirá? Descubra vendo Ted Lasso na Apple TV+.

Reflexão sobre Ted Lasso: Um Líder Precisa Ter Boa Vontade

Desde o começo, Ted sabia que seu trabalho seria difícil e visto com descrença por todos. Mesmo assim, ele aceitou o desafio por achar que Rebecca estava de fato acreditando no trabalho dele.

Ted deixou claro desde o começo que o seu foco não seria nas regras em si do jogo (quem fez esse papel foi seu assistente Willis Beard [Brendan Hunt]). Ted focaria em criar um ambiente acolhedor e saudável para seus jogadores, para que eles se sentissem bem e felizes no trabalho.

Ted fez questão de conhecer cada atleta, suas vidas, suas histórias, seus sonhos e objetivos e dar um tratamento individual e personalizado para cada um deles. Ted dizia que o importante não era a vitória no jogo, mas o sentimento de que cada um deu o seu melhor e conseguiu trabalhar bem em equipe.

Além disso, Ted sabia que o trabalho em equipe não se limitava aos jogadores e, por isso, deu bastante importância ao roupeiro Nathan “Nate” Shelley (Nick Mohammed) como membro importante do grupo e também a Rebecca para que ela não desistisse do time (já que ele não sabia das más intenções dela).

Um bom líder precisa ter a boa vontade de conhecer seus liderados e entender que o trabalho que eles desempenham precisa ser mais que um mero emprego. Um bom líder precisa conhecer sua equipe e ajudar cada um deles a manifestar o seu melhor lado, sendo ouvido e acolhido nas suas reivindicações.

Um bom líder precisa criar um ambiente agradável para se trabalhar e isso passa pelo fato de ele mostrar aos demais que não está lá só para garantir o cumprimento das tarefas, mas para ajudar da sua forma e dentro das suas possibilidades que todos cumpram bem suas funções.

Obviamente, um bom líder não pode ser conivente com liderados que estão dispostos a atrapalhar a qualquer custo o trabalho dos demais ou da equipe como um todo. Se essa “maçã podre” não tiver jeito, precisa ser eliminada. Porém, isso deve ser o último caso, só depois que se esgotarem todas as chances para que aquele membro da equipe entenda a importância do seu papel e como ele não pode ficar agindo mal no grupo.

Reflexão sobre Ted Lasso: Um Líder Precisa Ter Autoestima

Ted Lasso estava sempre feliz e contente, seja na segunda-feira às 7h da manhã, seja no domingo a noite após uma derrota. Como ele sabia que o trabalho não seria fácil e que o importante não era vencer, mas competir bem, Lasso nunca desanimava.

É claro que podemos criticar os momentos em que ele escondeu seus problemas pessoais e sua doença do grupo, mas sabemos que sua autoestima às vezes era exagerada e ele não queria contaminar negativamente seus colegas de equipe.

Sua “placa” BELIVE (acredite) foi um símbolo durante toda a série porque ele sempre reforçou essa necessidade de os jogadores acreditarem no time e neles mesmos. Outra fala interessante dele era a da memória de peixinho dourado para esquecer logo quando algo desse errado, como uma derrota, para que situações ruins do passado não afetassem o desempenho futuro dos jogadores.

Um bom líder precisa acreditar no seu trabalho, na sua equipe e na missão da empresa. Se o líder não acredita no que está fazendo, a equipe não irá acreditar também.

A autoestima aqui se demonstrar nessa confiança que o líder precisa ter para contagiar seus liderados. Nos momentos ruins, ele precisa ser farol para apontar o caminho e âncora para dar suporte os alquebrados.

Um bom líder precisa ser o exemplo positivo do time. Não é para agir com falsidade porque a equipe percebe quando o líder está fingindo. É para ser realista e otimista. Reconhecer o problema, mas acreditar que é possível superá-lo. É levar a sério os próprios conselhos e praticar aquilo que prega.

Reflexão sobre Ted Lasso: Um Líder Precisa Ter Perseverança

Ted Lasso participou de duas temporadas e meia como treinador do AFC Richmond. Na primeira que ele participou, entrando na metade, não conseguiu livrar o time do rebaixamento. Na segunda, conseguiu fazer o time voltar para a série A. E, na terceira, terminou o campeonato em segundo colocado, faltando muito pouco para ser campeão.

Lasso tinha todos os motivos para ir embora no final da primeira e segunda temporada do campeonato, mas quis ficar porque sabia a importância do seu trabalho para os seus atletas e torcedores. Ele acreditava que seu trabalho renderia frutos e, quando terminou a terceira e última temporada, saiu de cabeça erguida porque conseguiu deixar o time pronto para continuar sem ele.

Existe o famoso ditado “de grão em grão a galinha enche o papo” e foi isso o que aconteceu com o AFC Richmond. Todos os pequenos gestos, conselhos, dicas e exemplos de Ted Lasso culminaram no time jogando a formação “futebol total”, que necessita de um enorme grau de confiança e versatilidade entre os jogadores.

Nessa formação, os jogadores mudam constantemente de posição e apoiam uns aos outros em campo, surpreendendo o adversário e encantando o público com belas jogadas. Mas isso só foi possível porque Ted conseguiu fazer com que todos do time, desde os jogadores até a dona fossem mais do que colegas de trabalho, fossem amigos. Confiassem uns nos outros.

Sei que na vida real, essa relação patrão e empregado é muito complicada, mas acho que é possível ter uma verdadeira amizade entre líder e liderados, e ainda mais nos liderados entre si mesmos. Se não for possível essa amizade, que pelo menos exista um sentimento de pertencimento coletivo que faça com que todos se sintam realmente parte de um time e de um propósito maior, que motive todos a darem o seu melhor quando estão no seu horário de trabalho.

Um bom líder precisa acreditar que isso é possível e precisa perseverar. Não será um caminho fácil, especialmente se precisar mudar a cultura da empresa ou o modo de trabalho dos empregados. Hábitos ruins são difíceis de superar enquanto bons hábitos são facilmente esquecidos.

Infelizmente, um bom líder normalmente só é ovacionado no começo e no fim do seu trabalho. No começo, por educação ou porque as pessoas estão confiantes que você não “dará problema”; e no final, quando você alcançar bons resultados para sua equipe. No meio do caminho, vai ser só reclamação e aporrinhação. No máximo, alguns poucos momentos de tranquilidade e alguns elogios e congratulações pontuais.

Conclusão

Ted Lasso não era um homem perfeito. Ele tinha seus defeitos e limitações. Porém, é inegável que deu tudo de si para transformar positivamente o AFC Richmond, especialmente a vida dos jogadores e colaboradores. Um bom líder não será perfeito, mas precisa demonstrar que quer o melhor para o seu grupo. Torço que ele consiga aguentar o período das crises, especialmente no começo, e torço que os liderados saibam respeitar seus líderes e queiram fazer um bom trabalho em vez de sabotar a situação. Ninguém quer ser líder de nada, mas adora reclamar dos seus. Que aprendamos a dar valor para quem nos valoriza e quer nosso bem, seja um líder ou um liderado.

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Até a próxima e tenham uma boa viagem!

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.