Reflexão sobre Monstros no Trabalho: Mudança de Vida e Mudança Energética

Reflexão sobre Monstros no Trabalho: Mudança de Vida e Mudança Energética

Olá, marujos! Hoje, faremos uma reflexão sobre a série Monstros no Trabalho. Nessa animação derivada de Monstros S. A., acompanhamos um funcionário recém-contratado que queria ser assustador, mas agora vai trabalhar no setor de manutenção porque a empresa mudou sua fonte de energia para riso. Na reflexão, mostrarei como essa série nos faz pensar sobre mudanças em nossas vidas e também faz paralelos com as atuais questões globais por trás da mudança energética para algo mais sustentável. Teremos alguns spoilers da série. Vamos lá!

Sobre a Série (COM Spoilers)

Monstros no Trabalho é uma série derivada dos filmes Monstros S. A. e Universidade Monstros. Ela se passa pouco depois dos acontecimentos do filme Monstros S. A., quando a empresa muda sua fonte energética de grito para riso. Até o momento, ela possui duas temporadas e está disponível na Disney+.

Tylor é um jovem recém-formado na Universidade Monstros, considerado um dos maiores destaques dos últimos tempos na área de assustador. Seu sonho era trabalhar na Monstros S. A., mas ele acaba surpreendido ao descobrir que a empresa não opera mais com energia do grito, só com risos.

Como não existia mais a sua função de assustador, ele acaba indo trabalhar no setor de manutenção enquanto começa a fazer aulas particulares para aprender a ser um piadista.

Tylor até consegue sua oportunidade no “piso do riso”, mas ele não é tão bom piadista quanto assustador e isso o incomoda.

Enquanto passa por essa crise profissional, Tylor recebe a oportunidade de trabalhar na Medo Co., concorrente da Monstros S. A., que ainda usa a energia do grito.

Além de ser a oportunidade de trabalhar naquilo em que é bom, o salário ainda é muito maior e sua família está precisando dessa renda extra.

Será que Tylor vai trocar de empresa, abandonando seus amigos e mudando a forma como se relaciona com as crianças que visita? Descubra vendo Monstros no Trabalho na Disney+.

Reflexão sobre Monstros no Trabalho: Mudar é Difícil

A série Monstros no Trabalho tem como principal questão filosófica a mudança. Na primeira temporada, acompanhamos Tylor aprendendo a mudar de profissão; na segunda, acompanhamos o modo como Monstropolis lida com a mudança energética.

Em ambos os casos, vimos a dificuldade que é para uma pessoa ou uma sociedade se adaptar ao novo. Isso nunca é fácil.

Nós fomos treinados ao longo de gerações para nos adaptarmos, mas nem por isso gostamos de mudanças. Ao contrário, nosso cérebro adora estabilidade porque gasta menos energia.

Inclusive, acredito que as principais doenças psicológicas da atualidade – estresse, ansiedade e depressão – são decorrentes da dificuldade que estamos tendo em lidar com constantes mudanças em nossas vidas e na sociedade como um todo.

Se, antes, a maioria das pessoas tinha uma certa estabilidade na sua vida porque passaria o resto dela trabalhando em um mesmo emprego, casado com uma mesma pessoa e cuidando dos filhos até eles crescerem e você se aposentar, agora nos vemos mudando constantemente de emprego e até carreira, casando mais de uma vez e tendo que cuidar não só de filhos, mas pais, avós ou netos… Isso, sem falar nas próprias mudanças na sociedade, as quais fazem parecer que a cada ano estamos vivendo em um mundo novo!

Tudo isso é muito para nós e, se não gera nenhum “problema de cabeça”, nos faz “reclamões”, dizendo coisas do tipo “preferia como era na minha infância…”.

Reflexão sobre Monstros no Trabalho: Se Abrindo ao Novo

A primeira temporada mostra o drama de Tylor tentando aceitar a mudança profissional inesperada.

Não é sempre, mas pode acontecer de você se preparar a vida toda para uma profissão e, quando chegar o momento, ela não existir mais ou não ser como você esperava. Às vezes, a mudança pode ocorrer ainda durante a sua vida profissional e é preciso se adaptar.

Em uma escola que trabalho (pública, estadual, e de ensino médio), tenho alguns colegas que fizeram concurso para áreas que não são mais praticadas por concursados (como merendeira, que agora é terceirizado) ou que não existem mais na região (como professores de fundamental, sendo que na minha cidade agora todo fundamental pertence ao município). Esses profissionais tiveram que se adaptar, trabalhando em outras áreas ou matérias. Eu mesmo, que estudei filosofia, tenho que dar aulas de sociologia, projeto de vida e afins para fechar minha carga horária.

É o que a gente queria? Não! Mas a vida nos obriga a nos adaptarmos e precisamos tirar o melhor disso. Eu, por exemplo, para dar essas novas matérias, tive que aprender novos conteúdos os quais, em última análise, melhoraram meu conhecimento acadêmico e de mundo.

Na série, Tylor vai trabalhar na manutenção contrariado, mas acaba se apaixonando (mesmo sem admitir) por seus colegas de time. Se não fosse essa mudança, ele nunca conheceria ou seria próximo dessa galera. Nesse ambiente, ele também amadureceu como pessoa e criou sua primeira amizade verdadeira.

Na vida real, essas mudanças inesperadas não são legais inicialmente, mas podem nos fornecer coisas interessantes que vão nos melhorar como pessoa. Sei que é difícil, mas é aquela prática de olhar o copo “meio cheio”.

Reflexão sobre Monstros no Trabalho: Energia Sustentável

A segunda temporada da série claramente é uma tentativa de conscientização das pessoas para o uso das novas fontes energéticas (que são mais sustentáveis) no lugar das antigas fontes energéticas (não renováveis).

A série mostra como a sociedade tem medo desse novo modelo e fica dificultando ao máximo seu crescimento e divulgação.

Foi muito interessante ver, no episódio da convenção das companhias de energia, como a Monstros S. A. foi relegada a um canto do evento, junto com outras fontes alternativas. Tudo para dizer que a energia do riso não tinha o mesmo valor que a energia do grito.

Depois, tivemos toda a trama envolvendo o roubo e sabotagem na Monstros S. A. para mentir sua capacidade de gerar mais energia e maquiar o aumento de geração energética da Medo Co..

Desde o filme original, já se sabia que a energia do riso era 10x maior que a energia do grito. Mas porque toda a sociedade não mudou para ela? Porque dá trabalho, porque tem um custo, porque é algo novo. As pessoas preferem uma estabilidade social do que uma chance de melhoria futura.

Qualquer mudança na sociedade vai demandar algum tipo de investimento e adaptação. Quando se instalou as redes elétricas, teve-se que investir em postes, fios, usinas e essas coisas. Tenho certeza que alguém falou “prefiro continuar a usar velas e lampiões!”, mas já pensou se tivéssemos ouvido essas pessoas?

Mas aí você pode pensar: “a mudança de matriz energética não vai revolucionar nada (como foi passar da luz de velas para luz elétrica), é só uma outra forma de gerar energia elétrica”! Pode até ser, mas existe o diferencial da preservação do meio-ambiente que, na série, é representado pela forma como os monstros tratam as crianças.

Durante muito tempo, os monstros não se importaram em explorar o medo das crianças para conseguir sua energia elétrica. Porém, agora eles possuem uma forma de conseguir essa energia através do riso, a qual não gera trauma nessas crianças. Se antes existia um “mal necessário”, agora isso não existe mais. Logo, porque continuar a fazer isso?

É a mesma coisa com a nossa natureza: antes, podíamos dizer que a única forma de conseguirmos energia era através da queima de carvão e petróleo. Porém, hoje, já temos meios renováveis, sustentáveis de conseguir essa energia. Então, porque continuar a destruir a natureza? Porque continuar a agredi-la desnecessariamente? 

No final da segundo temporada, os monstros de Monstropolis viram como era de fato produzida a energia do grito e perceberam como era cruel. Acredito que muitas pessoas resistem em se conscientizar porque não enxergam os impactos negativos do uso das energias não-renováveis, não veem como se dá essa destruição da natureza porque tudo é muito distante.

A questão é que os problemas já estão ocorrendo. Nós que não queremos ver ou fingimos que não vemos. Que possamos nos conscientizar antes que eles “explodam na nossa cara”.

Conclusão

Monstros no Trabalho é uma série curtinha e bem fofa, sendo para toda a família. Ela é muito legal para nos ensinar a lidar com mudanças em nossa vida e também aprendermos a dar uma chance para as novas matrizes energéticas. Mudanças acontecem e precisamos lidar da melhor forma com elas.

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Até a próxima e tenham uma boa viagem!

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.