Reflexão sobre Divertida Mente 2: Novas Emoções!

Reflexão sobre Divertida Mente 2: Novas Emoções!

Olá, marujos! Hoje, faremos uma reflexão sobre o filme Divertida Mente 2. Nessa continuação da animação, Riley agora é uma adolescente e, com a puberdade, chegam novas emoções ao seu centro de controle, vulgo mente. Na reflexão, abordarei as características dessas novas emoções apresentadas no filme, mostrando sua importância para nós apesar de, muitas vezes, acharmos que elas não são boas. Também falarei um pouco sobre o senso de si. Teremos spoilers na parte da reflexão. Vamos lá!

Sobre o Filme (SEM Spoilers)

Divertida Mente 2 é uma continuação direta, se passando nove anos depois do primeiro filme Divertida Mente. Ele estreou em 2024 e é um sucesso. Em breve, estará disponível na Disney+.

Agora, as emoções Alegria, Tristeza, Raiva, Nojinho e Medo aprenderam a trabalhar juntas. Percebendo que todas são importantes, elas geram recordações coletivas.

Tudo ia bem para elas até que Riley entra na puberdade e novas emoções chegam para dividir a sala de comando: Ansiedade, Inveja, Tédio e Vergonha. Não conseguindo trabalhar juntas, as novas emoções expulsam as antigas de seus postos, que agora precisam dar um jeito de voltar para seu lugar de direito.

No “lado de de fora”, Riley também está passando por mudanças. Ela descobre que suas amigas não estudarão com ela no ensino médio e agora precisa decidir se usa seu acampamento de férias para curtir os últimos momentos com as velhas amigas ou o aproveita para criar amizade com as meninas da sua nova escola.

E agora? Será que Riley tomará a decisão correta? Será que suas emoções conseguirão chegar em um acordo? Descubra vendo Divertida Mente 2 na Disney+.

Reflexão sobre Divertida Mente 2: Todas as Emoções são Importantes

No primeiro filme, vimos como Alegria se achava mais importante que Tristeza, e como ela aprendeu que todas as emoções são importantes.

Nesse segundo filme, as coisas não são diferentes. As novas emoções parecem que vêm para atrapalhar, mas elas possuem uma missão importante na formação do adolescente. O problema não é sua existência, mas o seu controle, o seu equilíbrio.

Ansiedade

Com certeza essa é a emoção “destaque” desse filme e, para a maioria dos adolescentes (e até adultos), uma vilã. Mas ela é apenas incompreendida e mal equilibrada. Por isso faz “besteira” com nossa cabeça…

No filme, a Ansiedade diz que seu papel é planejar o futuro. Ou seja, ela possui a missão de olhar para o que está acontecendo agora, imaginar todas as reações possíveis, tentar prever todos os possíveis resultados futuros e, com base nisso, escolher uma ação. É muita responsabilidade.

Quando somos crianças, só pensamos no agora, no momento. Deve ser por isso que criança não guarda mágoa quando briga ou quando fazem algo com ela que ela não gosta. E também deve ser por isso que ela apronta tanto, mesmo sendo castigada sempre que é pega…

Porém, quando chega a adolescência, nós começamos a pensar no futuro e nas consequências de nossas ações. Não é que nos tornamos exemplos de moralidade, mas começa a existir uma preocupação grande com a forma como irão julgar o que fizemos ou não fizemos.

Nós também começamos a entender mais nossa responsabilidade e futura independência. Com isso, começamos a perceber que decisões tomadas agora poderão impactar nosso futuro para sempre e, por causa disso, precisamos ter as melhores escolhas.

Tudo isso é responsabilidade da ansiedade, que nos alerta e nos prepara para fazermos as melhores ações pensando em nosso futuro.

Se não fosse a ansiedade, não nos preocuparíamos com o futuro, não ligaríamos para os que as pessoas pensariam de nós, não faríamos planos. E isso não é legal: não é porque nós não nos importamos que as outras pessoas não irão se importar.

Agir de forma desrespeitosa com alguém hoje poderá trazer consequências amanhã porque aquela pessoa lembrará do que fizemos (mesmo a gente não lembrando). Não nos esforçar nos estudos agora porque “não precisamos dele” não fará com que a prova para ingresso na universidade ou emprego público seja mais simples no futuro.

É por isso que o sentimento de ansiedade é importante. Para nos deixar alertar com o futuro. Porque ele chegará, quer gostemos ou não.

Obviamente, uma ansiedade desregulada não faz bem. Só irá nos dar crises porque, ao pensar em todas as possibilidades, virá automaticamente a sensação de impotência e de fracasso iminente. É para evitar essa situação que as emoções precisam trabalhar juntas.

Inveja

No filme, a Inveja deseja ser ou ter aquilo que ela vê em outra pessoa. Eu sempre ouvi que existem dois tipos de inveja: a boa e a ruim.

A inveja boa é aquela que te motiva a fazer por onde para ser ou ter aquilo que você desejou da outra pessoa. A inveja ruim é aquela que te faz torce contra o outro, para que a pessoa perca aquilo que você quer dela.

Com essa distinção, já fica claro que a invejar não é um problema, o problema é o modo como invejamos as coisas ou as pessoas. A Inveja é importante para desenvolvermos um referencial e servir de motor para nossas ações.

Acontece que o nome “inveja” ficou tão estigmatizado que não usamos essa palavra para expressar aquilo que é, em última instância, inveja. Porém, sempre que falamos ou pensamos coisas do tipo “queria ser assim também”, “queria ser que nem ela/ele”, “também queria ter isso” ou “também queria poder fazer isso” estamos invejando e não precisamos ter vergonha disso.

Só é vergonhoso se nossa vontade é que o outro perca o que tem e não que a gente se esforce para ter ou ser também.

Tédio

No filme, Tédio aparece como a emoção que traz calma e paciência para tomadas de decisões importantes. Ele também ajuda a pessoa a não se expor demais, sendo mais reservada com suas experiências e sentimentos.

O Tédio exagerado é ruim porque nos deixa desmotivados. Além disso, podemos dar uma falsa impressão para os outros, como se não nos importássemos com aquilo que está acontecendo ao nosso redor ou com a outra pessoa. Mas não é isso que deveria ser.

Eu vi o tédio como uma espécie de regulador da ansiedade assim como a tristeza era uma espécie de reguladora da alegria. Ele evitava que a Riley perdesse o controle na sua excitação e “pagasse mico”.

Uma dose de tédio é importante para que nós nos controlemos em nossas atitudes e não sejamos impulsivos.

Vergonha

No filme, a Vergonha aparece como uma emoção passiva, que reage ao meio. Quando uma situação deixa Riley desconfortável, a vergonha aparece.

Ter vergonha é algo importante porque ela nos dá um senso de limite àquilo que estamos fazendo ou falando. Se não tivéssemos vergonha, poderíamos não só “pagar micos” que custariam nossa vida social, mas também ter atitudes que nos arrependeríamos para o resto de nossas vidas.

Uma pessoa “sem vergonha” pode até ter facilidade para algumas coisas, como pedir favores ou falar em público, mas ela também está mais exposta a críticas e desaprovações.

Sendo assim, a vergonha nos ajuda a frear uma situação que pode piorar.

O senso de vergonha também serve para nos ajudar a refletir sobre coisas erradas que fizemos e desenvolver arrependimentos, entendendo as consequências negativas de nossos atos.

Reflexão sobre Divertida Mente 2: Trabalhando o seu Senso de Si

No filme, foi mostrado que Alegria excluía tudo aquilo que entendia ser negativo para Riley. Preservando apenas memórias positivas, Riley desenvolveu um senso de si frágil, que a fazia se ver como alguém perfeito.

Porém, nenhum de nós é perfeito. Todos temos defeitos e problemas. Dificuldades de lidar com emoções, sentimentos, conosco mesmos, com os outros e com situações da vida.

Esconder nossas imperfeições irá nos trazer problemas porque não saberemos lidar com frustrações e com críticas.

Precisamos ter consciência que somos pessoas múltiplas, complexas e que, por isso, não podemos nos definir com apenas uma ou duas emoções. E quanto mais velhos ficamos, mais complexos ficamos porque novas experiências chegam em nossas vidas e novas formas de lidar com elas se tornam necessárias.

Devemos ter um senso de si realista, que recebe memórias de tudo o que vivemos e fizemos, sejam coisas alegres, tristes, raivosas, nojentas, medrosas, ansiosas, invejosas, tediosas ou vergonhosas. Toda essa mistura é quem nós somos e não podemos negar isso.

Ter um adequado senso de si também nos ajudará a lidar com as outras pessoas. Entender que não somos perfeitos ajuda a entender que o outro não é perfeito também. Saber nos cobrar menos nos ajuda a cobrar menos do outro.

E assim aprendemos a conviver com os outros e conosco mesmos.

Reflexão sobre Divertida Mente 2: Conclusão

Divertida Mente 2 é o típico filme Disney PIXAR que agrada crianças, jovens e adultos. Sua animação leve e alegre cativa a atenção de todas as pessoas. Suas piadas e reações exageradas fazem todos rirem. E seus temas e diálogos fazem todos se emocionarem. Com certeza esse filme te ajudará a se conhecer melhor e às outras pessoas também, especialmente adolescentes.

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Até a próxima e tenham uma boa viagem!

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Professor de filosofia desde 2014 e nerd desde sempre. Tem como objetivo pessoal mostrar às pessoas que filosofia é importante e não é uma coisa chata. Gosta de falar dos temas filosóficos de forma descontraída e atual, fazendo muitas referências ao universo nerd.